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Dez anos da morte de Reginaldo Rossi: a partida de um Rei para o nascimento de um legado interminável


O cantor, eternizado por sucessos como “Garçom”,  "A Raposa e as Uvas" e "Recife, Minha Cidade", faria 80 anos em 2023

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Genivaldo Henrique

20 de dezembro de 2023

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No dia 20 de dezembro de 2013 um dos maiores nomes da cultura pernambucana faleceu após não resistir a um câncer de pulmão. Se trata de Reginaldo Rossi, cantor e compositor conhecido como “Rei do Brega” por seu papel revolucionário na disseminação do estilo musical Brasil afora. Nesta quarta-feira (20), no ano em que teria completado 80 anos, fazem dez anos que o artista deixou milhões de fãs de coração partido e uma saudade e nostalgia dignos de suas melhores músicas. Apesar disso, o seu legado permanece, interminável, para todo o país.

 

 

 

 

 


                                                                                  (Imagens: Artur Serrano/ MTGW)


História e trajetória de Reginaldo Rossi


Nascido em 14 de fevereiro de 1943, no Recife, Reginaldo inicialmente não tomou para si a carreira musical. Na juventude, ele chegou a ingressar na faculdade de engenharia, e, após não completar o curso, trabalhou como professor de matemática. Foi apenas em 1964 que começou a trilhar os primeiros passos como músico imitando outro Rei, Roberto Carlos, em bares da capital pernambucana. As influências iniciais do artista foram, inclusive, a banda de rock The Silver Jets e músicos da Bossa Nova.

                                                                                  (Imagens: DIEGO MARCEL/DIVULGAÇÃO)

 

Ao longo de sua carreira, o artista lançou 50 álbuns. Inicialmente com uma pegada mais próxima do rock, mas, posteriormente, ele acabou adotando o gênero brega-romântico com "À Procura de Você", seu quarto disco. Daí para frente, não largou a mão do brega. Em 1987, lançou "Teu Melhor Amigo", que conta com a eterna "Garçom", um dos seus maiores sucessos que, no final da década de 1990, alcançou o Sul e Sudeste, principais regiões consumidoras à época. 

 

A partir disso, o sucesso não parou de crescer e algumas de suas músicas antigas também começaram a ganhar espaço nas rádios, bares e palcos do Brasil. "A Raposa e as Uvas", de 1982, é um grande exemplo disso. Em 1994, Reginaldo Rossi resolveu homenagear sua terra com o lançamento de "Recife, Minha Cidade", que traz um olhar único, singelo e esperançoso sobre a capital pernambucana, na percepção quase romântica do cantor sobre as ruas, vielas, praças e mesas de bares da cidade.

 

O último trabalho do cantor foi o disco "Cabaret do Rossi", lançado em 2010, que, um ano depois, lhe rendeu o Prêmio da Música Brasileira. Ao todo, o Rei do Brega conquistou 14 discos de ouro, dois de platina, um de platina duplo e um de diamante em 49 anos de carreira.

Legado que fica para sempre


Com os grandes sucessos da carreira, a notoriedade de Reginaldo Rossi como peça fundamental de disseminação do gênero brega romântico lhe renderam o título de "Rei do Brega". Uma homenagem que o músico ganhou ainda em vida e que foi recebida, como sempre, com um sorriso no rosto e de braços abertos. 

                                                                                  (Imagens: Marcos Hermes /DIVULGAÇÃO)

 

Todos esses aspectos fazem parte de um personagem cultivado ao longo de décadas que ajudou, afinal, na construção de um legado sem fim. Seja pelo visual excêntrico, com roupas coloridas e óculos escuros sempre à face, ou pela fama de "amante sofredor" - levada como referência para grandes nomes da música brasileira, como Marília Mendonça -, Reginaldo Rossi foi eternizado. Não só ruas, vielas, praças e mesas de bares da cidade, como também na memória dos outros tantos milhões de amantes sofredores Brasil afora.

 

Uma das inúmeras homenagens ao Rei é a próxima edição do Galo da Madrugada, maior bloco de Carnaval do mundo. Em 2024, as festividades do grupo têm como tema definido "Reginaldo Rossi no Reinado do Frevo", com alegorias no desfile que remetem à carreira de sucesso do cantor. 

 

Reginaldo Rossi se foi, mas deixou para trás um acervo icônico de músicas típicas do Recife e de Pernambuco, mas que são capazes de dialogar com pessoas de todos os lugares. Se o garçom ainda não cansou de escutar, milhões de brasileiros ainda esperam por ouvir centenas de casos de amor daquela voz arrastada, o sotaque tradicionalíssimo e a melodia potente das músicas do Rei. Isso é para sempre. De bar em bar.

Escute Reginaldo Rossi: 

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