Com uma programação diversa, a feira atrai públicos de diferentes perfis, conectando quem já participa da cena anarquista e aqueles que desejam conhecer mais sobre o movimento.
Neste domingo (15), a partir das 15h, a Rua da Aurora, no bairro da Boa Vista, será o palco da II Feira Anarquista de Recife. A feira, organizada de forma independente e colaborativa, visa reunir a comunidade libertária e interessados em explorar, trocar ideias e vivenciar as diversas expressões culturais e intelectuais do anarquismo.
O evento será um encontro gratuito e aberto ao público, que contará com a participação de expositores, artistas independentes, e coletivos anarquistas. A programação inclui exposições, rodas de diálogo, apresentações artísticas e ações solidárias, com o objetivo de reunir diferentes grupos e vozes em torno da cena anarquista da região.
Tabatha Brüxä Noise, uma das articuladoras do evento, destaca que a feira é um espaço de interação e aprendizado coletivo. "Tem muita gente interessada no assunto que, às vezes, não tem direcionamento, não tem um grupo de estudo ou não tem acesso a material. Então, a feira é um lugar para aprendermos juntos, nos conectarmos e conhecermos uns aos outros", afirma.
A feira também abre espaço para discussões sociais e políticas, reforçando a importância de dar voz e visibilidade a grupos historicamente marginalizados, como mulheres, LGBTQIA+, negros e indígenas. A ideia é criar um espaço de acolhimento e participação ativa, onde essas vozes possam se conectar e fortalecer a cena libertária.
Segundo Tabatha, o objetivo é ampliar ainda mais o alcance da feira, criando uma rede de apoio entre os coletivos libertários de Recife e de outras cidades. "Ano passado, a adesão foi ótima. A ideia é que essa troca de ideias e experiências se fortaleça cada vez mais. Queremos que a feira repercuta em outros locais e que ela continue crescendo, tanto em público quanto em diversidade de participantes", comenta.
A II Feira Anarquista de Recife traz algumas novidades em relação à sua primeira edição, realizada no ano passado. Este ano, além da feira, houve uma prévia realizada em julho no IRAQ, que contou com apresentações, rodas de conversa e a exibição do documentário produzido por Tabatha e Rodrigo Bnery sobre a feira anarquista do ano passado, servindo como uma maneira de divulgar a feira e arrecadar fundos para sua realização. "No documentário, mostramos trechos das apresentações, do público, dos materiais e das falas das rodas de diálogo. A ideia é que esse material também circule em outros coletivos pelo Brasil, ampliando a repercussão da feira".
Entre as atrações já confirmadas, estão a multiartista Philtrada, que se apresenta com a performance "Corpo sem Juíz", e o professor, indigena e poeta Jones Caboclo que irá recitar suas poesias. O evento também contará com a Batalha de Rima Anarquista, com premiação para o 1° lugar, e a presença do Mamulengo Água de Cacimba, grupo de teatro popular que mantém viva a tradição do mamulengo, encantando o público com seu acervo de bonecos.
Além disso, há um espaço especialmente pensado para que os pais levem suas crianças, chamado “Espaço Curumim”. Esse local oferece livros infantis oferecidos pelo Laboratório de Educação Anarquista (LEA), jogos e material de desenho para que as crianças possam interagir e participar. Como destaca a organização, “as crianças são nossas maiores companheiras de luta! Nelas vivem a ânsia do saber, do conhecer e a mais singela força da liberdade”.
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