Em entrevista a Manguetown Revista, a cantora Luana Tavares comentou sobre o novo single “Flecha Negra” e o processo criativo por trás da música e do visualizer.
A cantora e compositora Luana Tavares lançou nesta segunda-feira (30) o primeiro visualizer da carreira, com a música “Flecha Negra”. O projeto, que tem parceria com o rapper e poeta, Songley, expressa a resistência e o enfrentamento do racismo do povo preto. O lançamento oficial da música ocorreu no dia 20 de Setembro e está disponível em todas as plataformas streaming.
FLECHA NEGRA QUE VAI TE ATRAVESAR
Natural de Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, Luana Tavares vem ganhando destaque na cena musical pernambucana. A artista tem uma discografia marcada por canções belíssimas e sensíveis, reunidas em seu primeiro álbum “Boca da Mata” lançado em 2022, que conta com 11 faixas autorais.
Nascida de um pensamento de falta de pertencimento e representatividade negra em diversos espaços, “Flecha Negra” é uma canção que traz consigo a pauta racial e a ancestralidade. Através de uma forte simbologia, Luana Tavares atinge de forma poética os aspectos das vivências negras na sociedade. “Eu quis usar a flecha como um elemento para que fosse poético e que ferisse com poesia e causasse esse incômodo, mas de uma maneira poética, de uma maneira não agressiva, porque sempre esperam que a gente seja agressiva no nosso discurso”, comentou a artista.
Além da participação de Songley, também artista de Goiana, que acrescentou na música uma essência poética forte, a canção homenageia a Deputada Federal Erika Hilton, uma voz ativa como mulher negra e pessoa LGBTQIA+ na política nacional, ao utilizar um trecho do discurso da deputada. Sobre isso, Luana Tavares afirma: “Ela foi totalmente uma inspiração e eu acho que aquele trecho ali diz muito. É um trecho emblemático, super conhecido, que realmente reafirma tudo que a gente está dizendo na canção, que a gente não tolera mais e a gente quer ser respeitado em tudo que a gente faz, então acho que foi muito feliz essa junção”.
O visualizer da música carrega consigo elementos poéticos e passa para o telespectador uma imagem de força, luta, ancestralidade, empoderamento e união, reforçando a beleza negra e sua resistência. Ao falar do processo criativo por trás do visualizer, a artista enfatizou o propósito e a simbologia por trás do projeto. “A gente pensou em reafirmar nossas origens, tanto que a gente gravou em Goiânia, na Mata, mas a gente não queria fazer nada muito clichê, no sentido de com flechas, com coisas, então a gente procurou coisas bem poéticas que a música traz”.
Com o lançamento de sua nova música “Flecha Negra”, Luana inicia uma nova era em sua carreira, marcada por uma ligação com pautas como ancestralidade e autoconhecimento. A artista busca mostrar sua jornada de conexão com a musicalidade, a escrita e a espiritualidade, além de trazer uma sonoridade diferente, mais voltada ao afro em seu primeiro EP, que apesar de não ter um título definido está previsto para ser lançado em Dezembro deste ano. “Flecha Negra foi só esse impulso, sabe, para que esse EP venha e talvez venha com um EP visual, então a gente está tentando construir uma coisa bem bonita e eu sei que vai ser".
Além do EP, a artista pretende lançar um álbum no próximo ano, dando continuidade à sua crescente trajetória na música. “Estou nessa construção, plantando e semeando sempre para espalhar a poesia e a arte negra, principalmente porque sou uma mulher do interior. Queremos mostrar a arte que fazemos e de onde viemos”, afirmou.
Luana Tavares é uma artista com grande potencial a se destacar muito mais na cena musical pernambucana. Podemos esperar de seus projetos canções que vão inspirar o público e dar voz às vivências e a resistência das mulheres negras. Assista o visualizer da música "Flecha Negra" e acompanhe mais sobre os lançamentos da artista, siga @luanatavaresoficial nas redes sociais.
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