top of page

Oportunidades : festivais de cinema voltados para mulheres, pessoas trans e pessoas negras estão com inscrições abertas em Pernambuco

Atualizado: 15 de set.


As iniciativas têm o objetivo de incentivar a produção cinematográfica de grupos sociais minoritários e contribuir para ampliação do debate sobre representatividade nas telas



Edição do Fincar no Cinema São Luiz, em Recife/ reprodução de redes sociais

Muito mais do que entretenimento, o Cinema é espaço de luta e resistência para as distintas camadas sociais. Nesse cenário, mostras e festivais dão lugar a produções encabeçadas por grupos afetados pelas desigualdades do país. Os eventos são importantes ferramentas de difusão para filmes que transportam para a tela a vivência dessas pessoas e, principalmente, a produção cinematográfica que reflete o olhar dessas comunidades. 


Com esse intuito, dois festivais de cinema estão com inscrições abertas: a Semente - 2ª mostra intinerante de Cinema negro recebe filmes até esta segunda (16); já o Festival Internacional de Cinema de Realizadoras segue com submissão de produções cinematográficas até o próximo domingo (22). 


Confira os detalhes sobre cada uma das oportunidades para realizadoras e realizadores em audiovisual.


Cinema Negro


A Semente - Mostra intinerante de cinema negro chega na segunda edição com a proposta de contribuir com a valorização e reflexão sobre a negritude no Brasil. A iniciativa levou 15 curtas-metragem para três territórios do Sertão de Pernambuco. Este ano, o evento retorna, entre os dias quatro e nove de novembro, às Comunidades Quilombolas do Caroá, em Carnaíba, Comunidade do Leitão da Carapuça, em Afogados da Ingazeira, e Varzinha dos Quilombos, em Iguaracy. 



Mostra Semente / divulgação


Para integrar as sessões, os filmes precisam ser nacionais, de curta, média ou longa duração e terem sido finalizados a partir de 2021. Além disso, as produções devem ter direção ou codireção de pessoas pardas, pretas e de povos tradicionais, como indígenas, ribeirinhos, ciganos e quilombolas. 


As inscrições podem ser realizadas até 16 de setembro, por meio do link:  https://forms.gle/7nukp2at2MobBRuZ8 


A mostra defende a experiência audiovisual como forma de promover a reflexão, a mobilização e a inclusão social. E, dessa forma, se propõe a ser ponte para que comunidades rurais e quilombolas acessem essa ferramenta. Além disso, apresentações culturais e formações sobre o setor cinematográfico completam a iniciativa. 


A Semente - 2º Mostra Itinerante de Cinema Negro é uma realização da Pajeú Filmes, com apoio da Sagaz Produções e incentivo do Edital de Ações Criativas do Audiovisual da LPG/PE 2023, Secretaria de Cultura, Governo de Pernambuco, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal. Na equipe, um dos nomes de destaque é Bruna Tavares, diretora de produção na Pajeú Filmes e programadora do Cine São José, em Afogados da Ingazeira, uma das principais salas de exibição pernambucanas.  


Cinema Feminista


A quarta edição do Festival Internacional de Cinema de Realizadoras (Fincar) também está com inscrições abertas para submissão de filmes brasileiros ou não, de curta, média ou longa duração. As exibições estão previstas para acontecer a partir de novembro em Recife, capital pernambucana, e em Afogados da Ingazeira, no Sertão do estado. 


Serão aceitas obras de mulheres cis e trans, além de produções feitas por pessoas não-binárias, travestis,  transmasculinas e homens trans. Para participar, os filmes devem ter sido realizados entre 2021 e 2024.



Edição do Fincar no Cinema São Luiz, em Recife / reprodução de redes sociais


As inscrições podem ser feitas até 22 de setembro por meio do link:  https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScHs2DO4lEMjdk802Ltxq5DMYUDv8gjWSbzJdbRsWKXv8woQ/viewform


Lançado em 2016, o Fincar é realizado um ano sim e outro não. O projeto, idealizado pela profissional do audiovisual, Maria Cardozo, parte de uma pespectiva feminista e  tem o intuito de promover debate sobre papéis de gênero e a representatividade dos corpos dissidentes no meio cinematográfico, seja nas telas ou por trás delas. 


“A cada edição, o festival reafirma o compromisso com uma perspectiva feminista e uma abordagem tanto estética quanto política do cinema. Buscamos potencializar o encontro que só o cinema produz, afirmando o espaço da realização, mas sem perder de vista as diversas experiências do fazer e ver cinema. Desejamos partilhar com o público como esses cinemas são múltiplos, buscando desconstruir um ideal cinematográfico que costuma ser branco, masculino e cisheteronormativo”, defende Maria.


O público, por sua vez, também tem papel no processo. “As pessoas espectadoras, com seu olhar crítico, também são parte fundamental para a desconstrução e reimaginação de um cinema mais diverso e implicado nas nossas vidas. É preciso instigar mais pessoas a se aproximarem desses cinemas e o festival é um espaço de contágio importante para isso”, completa a idealizadora do Fincar. 


O Fincar é uma produção da Vilarejo Filmes e tem incentivo do Funcultura, Fundarpe, Secult-PE, Governo de Pernambuco.




Comments


bottom of page