Com o desejo de retomar e ocupar a cultura, os camarás seguem a trajetória lutando pela visibilidade artística na cena de hip-hop local
Inspirado por nomes dos primórdios do Hip hop local, como o grupo Cartel Gangsta e Intoxikção Urbana, em 2017, MC JP funda aquela que mais tarde seria a Batalha dos Camarás. Nomeada como Batalha do Açude, tudo começou no Parque Açude Santa Rita de Cássia, mas sem a acessibilidade necessária para os encontros, as batalhas começaram a acontecer no Parque Maria do Amazonas e então, em respeito do novo local, o movimento começou a ser chamado de Batalha do Amazonas
A Batalha do Amazonas teve seu fim diante das dificuldades de continuar na pandemia, mas como a cultura nunca morre, surge Bruxce com a vontade de trazer de volta à vida a movimentação na cena de hip-hop local.
“No ano passado, em junho de 2023, eu que sou mc de batalha e residente da cidade de Camaragibe há mais de 10 anos, decidi procurar o grupo que fazia parte da organização, que sempre foram meus amigos inclusive, para perguntar se tinha alguma forma de continuar com esse projeto que já foi um berço artístico para vários MCs da cena local, como @slaik081 @hbmc081, @kogmc entre vários outros, assim como eu. Então, eu tive um diálogo com JP, o fundador do projeto desde o início e ele me confiou a responsabilidade de continuar com o projeto”, disse Bruxce.
De Amazonas para Camarás
Com a liderança de Bruxce, o movimento começou a abraçar novas pautas de identificação, sendo a retomada indígena, a principal delas. A partir disso, o seguinte questionamento: o que o nome “Amazonas” significa para o movimento? E em um ato de descolonização ao trocar o nome dos donos de casa de engenho que nomeia o parque, surge finalmente a “Batalha dos Camarás”.
Visando promover a cultura do Hip hop da cidade de Camaragibe, os Camarás buscam incentivar o jovem de periferia a fazer da arte sua melhor escolha e assim abraçar através da musicalidade na cena aqueles que têm a coragem de rimar a sua resistência. Em conversa com a equipe da Manguetown, Bruxce celebrou a execução de um dos projetos de inclusão, o Mana x Mana, criado para artistas mulheres que sentem a vontade, têm a capacidade, mas não têm o incentivo de mostrar o que sabem.
Hoje, a organização conta com Bruxce; Vitinho (que fazia parte do movimento em 2017), Anne, Majisgabi
e Luana Seridó, apoiadora no projeto focado em povos indígenas. O movimento também conta com o apoio de outros movimentos populares, como o Ocupe a Praça, Favelas Camarás e o movimento Cara Preta, que fornecem som e microfone, além de Nina Lins, dona do Bar da Cereja, local onde ocorrem as batalhas atualmente. A data e o horário são divulgados previamente no instagram @batalhadoscamarás
Para além das batalhas
A Batalha dos Camarás é feita de artistas que buscam visibilidade para que outros artistas possam aparecer, com segurança, na cena de Hip hop de Camaragibe e desfrutar do que é mais belo na cena, o grito de resistência nas rimas.
Se interessou? para saber mais sobre a Batalha dos Camarás, siga @batalhadoscamaras
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