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Conheça os curtas pernambucanos que estão no Cine PE 2025

Festival acontece de 9 a 15 de junho e reúne sete curtas pernambucanos em competição que revelam novas vozes e visões do cinema local

Público ocupa as poltronas do Cinema São Luiz durante uma das edições do Cine PE. Foto: Divulgação/Cine PE
Público ocupa as poltronas do Cinema São Luiz durante uma das edições do Cine PE. Foto: Divulgação/Cine PE

A Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos é um dos pontos altos do Cine PE 2025, que chega a mais uma edição reafirmando seu compromisso com a valorização do cinema regional e o estímulo a novas vozes da produção audiovisual. Neste ano, sete curtas disputam o Troféu Calunga e apresentam um panorama vibrante e múltiplo da produção local, com histórias que transitam entre o realismo, a ficção científica e a experimentação poética. Confira os filmes selecionados:


Esconde-Esconde

Na selva impessoal de São Paulo, Babi tenta tocar a vida enquanto esconde algo que pode implodir tudo ao seu redor. A visita inesperada da família vira gatilho para esse segredo ameaçador sair da toca. O curta de Vitória Vasconcellos constrói uma tensão íntima e silenciosa, explorando as lacunas entre quem somos, quem nos veem ser e quem fingimos ser.

“Esconde-Esconde”, dirigido por Vitória Vasconcellos, aborda segredos e pressões familiares em meio à metrópole. Imagem: Reprodução/Esconde-Esconde
“Esconde-Esconde”, dirigido por Vitória Vasconcellos, aborda segredos e pressões familiares em meio à metrópole. Imagem: Reprodução/Esconde-Esconde

Babalu é Carne Forte

Durante a festa de São Cosme e Damião, Diana retorna ao bairro onde cresceu e é puxada para uma viagem interna que mistura infância, saudade e feridas ainda abertas. É uma criança misteriosa que guia esse rito de reconexão. A diretora Xulia Doxagui faz do retorno à comunidade um mergulho espiritual, onde as dores não são negadas, mas acolhidas com doçura e tambor.


O Carnaval é de Pelé

Enquanto costura um boi para o tradicional Boi Tira-Teima, o enfermeiro aposentado Pelé costura também suas próprias lembranças. A câmera de Lucas Santos e Daniele Leite o acompanha em sua casa, em sua memória e no terreiro simbólico onde a cultura popular mantém vivo o que o tempo tenta apagar. O filme é um documento sensível sobre memória, folia e luto.

O Carnaval é de Pelé, de Lucas Santos e Daniele Leite, resgata a memória e o legado do Boi Tira-Teima. Imagem: Reprodução/O Carnaval é de Pelé
O Carnaval é de Pelé, de Lucas Santos e Daniele Leite, resgata a memória e o legado do Boi Tira-Teima. Imagem: Reprodução/O Carnaval é de Pelé

Sonho em Ruínas

Às vezes, é no sonho que a história silenciada encontra voz. Em apenas quatro minutos, Priscila Nascimento aciona as forças da ancestralidade para resgatar a memória de uma bisavó negra esquecida. O curta é breve, mas reverbera forte, como quem abre uma porta antiga e deixa a verdade surgir.


Lança-Foguete

Em uma costura ousada entre ficção científica, terror psicológico e luto queer, William Oliveira narra a história de Levi e sua mãe, que enfrentam a ausência após uma abdução alienígena. Mas o que parece delírio cósmico é, na verdade, pura metáfora social, corpos trans desaparecem todos os dias, sem precisar de nave espacial.


Sertão 2138

A ficção científica pisa no chão rachado do sertão de Tuparetama. Em um futuro distópico e nada improvável, uma cientista finalmente tem permissão para embarcar rumo à Estação Espacial. Mas uma última missão a prende ao planeta e à realidade. O filme de Deuilton B. Júnior subverte os clichês, o sertão aqui não é seca e dor, mas acolhimento e resistência. 


Ironia, crítica e poesia cabem em três minutos. Isis Gomes condensa tudo isso em uma animação que aponta o dedo para a humanidade em tempos de barbárie. "#Partiu" parte da estética minimalista para cutucar nervos expostos, intolerância, estupidez e pressa. 


Esses são os curtas pernambucanos que disputam a atenção e o afeto do público no Cine PE 2025. Sete filmes que mostram como o cinema local continua sendo lugar de invenção e denúncia. Dos becos ao espaço sideral, tudo vira imagem, som e história, do jeito que só Pernambuco sabe contar.



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