Artista de Jaboatão dos Guararapes conquista espaço no Mada e faz apresentação histórico
“Avião foi feito pra voar” é uma das frases que pode definir a carreira do jaboatonense Ian Siqueira, mais conhecido por milhares de pessoas como Mago de Tarso, trapper pernambucano que, a cada dia, mostra como sua cultura se conecta muito bem com o ritmo estadunidense com o qual escolheu se expressar: o trap.
Prestes a lançar o primeiro álbum da carreira, “Som do Litoral”, o cantor se apresentou pela primeira vez fora de Pernambuco em um dos maiores festivais de música do país, o “Música Alimento da Alma” (MADA), que aconteceu nos dias 18 e 19 de outubro na Arena das Dunas, em Natal, capital do Rio Grande do Norte. O artista estava entre diversas atrações de destaque e mostrou ao público a grandeza de sua arte, com uma energia contagiante.
Mago de Tarso se apresentou no primeiro dia do festival e trouxe diversas músicas conhecidas de sua carreira, como "Caranguejo do Trap", "Carolina Freestyle" e "Feito pra Voar", que tem a participação do potiguar Xand Avião.
Em conversa com a Manguetown Revista, o trapper falou sobre sua experiência de participar do MADA: “O festival tem minha idade e foi meu primeiro show fora de Pernambuco. Então, para mim, vai ser sempre especial e importante. Fiquei muito feliz, de verdade. Tentei entregar o melhor show e acho que consegui.”
A conquista é uma realização para o artista que começou a trajetória de forma semelhante a diversos jovens : nas improvisações nas batalhas de rimas. Desde os 17 anos, é através da arte da embolada que Mago mostra suas raízes e critica o descaso com a população à margem da sociedade. Tendo como berço as batalhas de rima, assim como diversos jovens, hoje ele sonha levar sua arte para o Brasil afora e inspirar a valorização de suas origens.
Som do Litoral chega para mudar completamente Mago
Duas novas músicas foram apresentadas na íntegra para quem acompanhou o show do cantor. "Via Mangue", abertura do álbum, que conta com a guitarra de Lúcio Maia, ex-integrante da Nação Zumbi, e um sample de 'Comunista Rico', de Diomedes Chinaski.
A segunda canção inédita é um interlúdio, “Mendigo Paraíba?”, que evidencia como a xenofobia é forte contra os nordestinos e como arte se faz necessária no Brasil. No trecho da música, o cantor traz críticas a questões bem atuais:
'Querem ter as nossas praias, mas nunca terão, jamais serão, Galo da Madrugada, bota Sapucaí no chão.'
O novo álbum promete músicas, mais do que nunca, com mistura de ritmos e repletas de referências dos ritmos pernambucanos.
Ainda sem data definida para lançamento, o artista informou que seu primeiro álbum está previsto para novembro de 2024. Mas por enquanto é possível conferir algumas músicas já lançadas.
Comentários