top of page

Pernambuco Rumo ao Oscar: filmes que foram apostas e os bastidores das indicações

O cinema pernambucano brilha no cenário internacional, mas ainda sonha em disputar o maior prêmio do cinema mundial


Imagem: Reprodução/Internet
Imagem: Reprodução/Internet

Pernambuco tem se firmado como um dos grandes polos do cinema brasileiro, produzindo filmes que conquistam reconhecimento internacional. No entanto, a indicação do Brasil ao Oscar de Melhor Filme Internacional é definida por uma comissão ligada ao governo, o que já resultou em polêmicas e até boicotes de cineastas que se recusaram a inscrever suas obras em protesto.


As Indicações e as Controvérsias


"O Som ao Redor" (2012) – Kleber Mendonça Filho


Em 2014, o Brasil escolheu "O Som ao Redor" para representar o país na categoria de Melhor Filme Estrangeiro (atual Melhor Filme Internacional). O longa, um retrato da vida em um bairro de classe média do Recife, foi amplamente aclamado pela crítica e apareceu em listas de melhores do ano. Apesar do reconhecimento, não conseguiu avançar na seleção da Academia.


"Aquarius" (2016) – Kleber Mendonça Filho


Um dos casos mais polêmicos foi o de “Aquarius”. O filme, protagonizado por Sônia Braga, recebeu grande aclamação internacional, conquistando prêmios e sendo exibido em importantes festivais, incluindo o prestigiado Festival de Cannes. No entanto, sua trajetória foi marcada por tensões políticas. Durante a exibição em Cannes, o elenco realizou um protesto contra o então governo brasileiro, do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, denunciando ameaças à democracia e à cultura nacional. A manifestação gerou forte repercussão e descontentamento em setores governamentais, o que culminou em um boicote político ao filme.


Como consequência, “Aquarius" foi preterido na escolha do Brasil para representar o país no Oscar, sendo substituído por “Pequeno Segredo (2016), uma decisão amplamente criticada por especialistas, críticos de cinema e pelo público. Muitos consideraram que a escolha não foi baseada em critérios artísticos ou técnicos, mas sim em represálias políticas. O caso gerou indignação na classe cinematográfica, levando diversos cineastas a se posicionarem contra a condução do processo de seleção dos indicados ao Oscar e a boicotar futuras seleções.


Imagem: Reprodução/Aquarius
Imagem: Reprodução/Aquarius

"Bacurau" (2019) – Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles


Grande vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes, “Bacurau” rapidamente se tornou um fenômeno mundial, conquistando crítica e público com sua mistura de faroeste, ficção científica e crítica social. O filme recebeu diversos prêmios internacionais e foi elogiado por sua abordagem inovadora e pela forma como retrata um Brasil marginalizado e resistente diante da opressão. Sua forte carga política e simbólica, aliada a uma narrativa envolvente e atuações marcantes, fizeram com que “Bacurau” fosse apontado como um dos favoritos à indicação brasileira para concorrer ao Oscar 2020 na categoria de Melhor Filme Internacional.


No entanto, a Academia Brasileira de Cinema optou por indicar “A Vida Invisível” (2019), de Karim Aïnouz, uma decisão que gerou debates acalorados entre críticos e cinéfilos. Enquanto “A Vida Invisível era um drama intimista e delicado sobre a opressão feminina, “Bacurau” apresentava uma abordagem mais política e visceral, expondo questões de violência, colonialismo e resistência popular.


Imagem: Reprodução/Bacurau
Imagem: Reprodução/Bacurau

Pernambuco no Radar para 2026


O cinema pernambucano segue em destaque no circuito internacional, e um dos fortes candidatos brasileiros para o Oscar 2026 é "O Último Azul", dirigido por Gabriel Mascaro. 


A história se passa num Brasil distópico, Tereza é uma mulher de 77 anos que mora numa cidade industrializada na Amazônia. Quando recebe um chamado do governo para abandonar sua casa e residir numa colônia habitacional para idosos, Tereza deseja realizar seu último desejo antes de ser compulsoriamente expulsa de seu lar e enviada para longe. Ela, então, embarca numa viagem pelos rios e afluentes da região, sem imaginar que essa viagem mudará o rumo de sua vida para sempre. 


Imagem: Reprodução/O Último Azul
Imagem: Reprodução/O Último Azul

O filme, que teve sua estreia no Festival de Berlim, aborda questões sociais e ambientais com uma estética poética e impactante. Aclamado pela crítica, "O Último Azul" conquistou o Urso de Prata na Berlinale, reforçando ainda mais seu prestígio e aumentando suas chances na corrida pelo Oscar. Com um percurso promissor em festivais, já aparece como uma das principais apostas do Brasil para a premiação do próximo ano.


Walter Salles, diretor de “Ainda Estou Aqui” ganhador do prêmio “Melhor Filme Internacional”, falou sobre o filme "O Último Azul" no dia 22 de fevereiro, parabenizando a conquista do prêmio. "Viva Gabriel Mascaro, viva o Cinema Brasileiro, viva a criatividade maravilhosa do cinema pernambucano!", falou o diretor.


Com um histórico de obras marcantes e um olhar único para questões sociais e culturais, Pernambuco segue como um dos estados mais promissores do cinema brasileiro. A expectativa é que, em breve, um filme pernambucano finalmente cruze a última barreira e garanta uma indicação ao Oscar.







Comments


bottom of page