Multiartista traz trabalho para sua cidade natal, na Zona da Mata pernambucana
O artista de dança e produtor cultural Adri Popular deu início, na última quinta-feira (30), à sua residência artística no Centro Tradicional de Invenção Cultural, em Brasília (DF). A experiência integra o edital de Bolsas Artísticas da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB-PE), e tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento artístico do bailarino, aprofundando suas pesquisas e processos criativos na dança popular.

A residência segue até o dia 9 de fevereiro e proporciona a Adri a oportunidade de vivenciar e interagir com o ambiente do Centro Tradicional, um dos mais importantes patrimônios imateriais da capital federal. O espaço abriga o Fuá de Seu Estrelo e a Orquestra Alada Trovão da Mata, grupos que preservam e promovem manifestações culturais como o maracatu e o cavalo-marinho.
Para compartilhar os frutos dessa imersão, Adri Popular realizará duas aulas-espetáculo gratuitas: a primeira em Brasília, nesta sexta-feira (7), e a segunda em sua cidade natal, Aliança, na Zona da Mata pernambucana, no dia 15 de fevereiro. Nessas apresentações, ele pretende mostrar o encontro entre suas referências de dança e o personagem do Tempo, inspirado na mitologia do Centro Tradicional de Invenção Cultural.

Em entrevista exclusiva à Manguetown Revista, Adri relatou o impacto que essa residência tem tido em sua trajetória. "A experiência aqui tem me proporcionado uma liberdade criativa muito grande. Sinto que posso unir minhas referências de dança popular de uma maneira mais fluida e orgânica. Meu corpo carrega memórias e vivências, e essa imersão está me ajudando a expressá-las com mais profundidade", contou.
O artista destacou ainda a conexão entre as tradições culturais pernambucanas e as manifestações presentes no Centro Tradicional de Invenção Cultural. "Fiquei encantado ao ver como a mitologia criada pelo mestre Tico Tico Magalhães dialoga com elementos da minha própria cultura. A maneira como ele constroi personagens e figurinos me inspirou muito. Existe um respeito pelas tradições, mas também uma liberdade para a invenção, o que me fez repensar e ampliar minhas próprias abordagens na dança popular", disse.
Sobre as aulas-espetáculo que irá realizar, Adri explicou também que o objetivo é incentivar o público a compreender a cultura popular como um organismo vivo.
"Espero que as pessoas percebam que a dança popular não é algo fixo, engessado. Ela tem uma força de renovação, de expansão, de conexão entre diferentes gerações e lugares", afirmou.
A residência gerou frutos, e Adri pensa em projetos futuros
O impacto da residência também se reflete em seus projetos futuros. O bailarino já planeja incorporar a figura do tempo ao seu próximo espetáculo, que será desenvolvido a partir da obra "IANDÉ", anteriormente realizada em formato de vídeo-arte. "Foi um encontro místico, essa figura veio a mim de uma forma muito significativa. Agora, quero explorá-la ainda mais no palco", concluiu Adri Popular.
Com uma trajetória de mais de 10 anos na dança, Adri é um dos principais nomes da cena cultural de Aliança, sendo premiado na primeira edição do Prêmio Mônica Japiassú de Dança e agraciado com a Medalha de Honra ao Mérito pela Câmara de Vereadores de sua cidade. Seu trabalho se destaca por mesclar características musicais, gestuais e estéticas da cultura popular nordestina, mantendo viva a tradição ao mesmo tempo em que busca novas possibilidades para a expressão artística.
Para mais informações, acesse as redes de Adri Popular
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