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Foto do escritorMaria Eduarda Silva

"Ai Se Sêsse": Pantomima Grupo de Dança revive o Movimento Armorial no palco

Nesta terça-feira (12), no Teatro Barreto Júnior,  a companhia traz uma releitura poética e dançante do clássico de Zé da Luz e celebra a cultura e a identidade nordestinas


Imagem: José Britto

A Pantomima Grupo de Dança leva aos palcos nesta terça-feira, dia 12 de novembro às 20h uma vibrante releitura do poema “Ai Se Sêsse”, do poeta paraibano Zé da Luz, em espetáculo que celebra a paixão e a regionalidade. Inspirada no Movimento Armorial, a apresentação ocorrerá no Teatro Barreto Júnior e trará ao público uma fusão entre dança contemporânea e cultura nordestina, refletindo a força e a originalidade do povo pernambucano.

 

O espetáculo "Ai Se Sêsse" busca revisitar a intensidade do poema de Zé da Luz, que, na voz de Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, já emocionou muitos. Uma das diretoras e coreógrafas do espetáculo, Viviane Lira, comenta sobre o que espera da apresentação: “nós estamos com uma expectativa maravilhosa para o espetáculo porque ele entra muito no universo do Movimento Armorial, e a gente sabe o quanto é forte esse universo para o pernambucano e o nordestino de uma forma geral. Conseguimos fazer essa releitura dançante desse poema, que quando declamado gera uma emoção muito pura e verdadeira. Isso nos motivou a trazer essa poesia ao palco, bebendo da fonte da cultura regional, mas agora conduzidos pela poesia e pelo Movimento Armorial.”


Movimento Armorial: uma Exaltação à Cultura Nordestina


Idealizado pelo escritor Ariano Suassuna, o Movimento Armorial surgiu na década de 1970 como uma vertente artístico-cultural focada na valorização das artes populares nordestinas. Com o objetivo de criar uma arte genuinamente brasileira, a partir de raízes populares, o movimento consolidou-se em diversas formas de expressão, como literatura, música, dança, teatro, artes plásticas e cinema. 


Desde o início, o Armorial incorporou a literatura de cordel, moda de viola, danças e festas populares, destacando a riqueza cultural e os valores do sertão nordestino. Essa iniciativa não só trouxe à tona elementos populares, como transformou o cenário artístico ao consolidar as arte nordestina em um universo de relevância erudita e acadêmica. 


Imagem: Divulgação/Pantomima

Viviane também destacou o intenso trabalho de pesquisa envolvido para  preparar o espetáculo: “os bailarinos estão muito envolvidos; passamos por um processo que envolve a música armorial, outras linguagens poéticas e também artes visuais, que estarão presentes no cenário. Acreditamos que será um espetáculo muito rico culturalmente, com essa conversão entre dança e movimento armorial”.


Ai Se Sêsse


Zé da Luz é um dos ícones da poesia popular nordestina, trazendo em suas palavras a melodia e o humor típicos da cultura regional. Conhecido por sua linguagem simples e despojada, o poema expressa o amor de forma espirituosa e poética.


“Se um dia nois se gostasse

Se um dia nois se queresse

Se nois dois se empareasse

Se juntim nois dois vivesse

Se juntim nois dois morasse

Se juntim nois dois drumisse

Se juntim nois dois morresse

Se pro céu nois assubisse

Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse

A porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice

E se eu me arriminasse

E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse

E a minha faca puxasse

E o bucho do céu furasse

Tarvês que nois dois ficasse

Tarvês que nois dois caísse

E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse”





Ficha Técnica:

Direção Artística: Taynanda Carvalho e Viviane Lira

Direção de Produção: Luísa de Castro

Coreografia: Taynanda Carvalho, Viviane Lira e Larissa Yaguiu

Assessoria Teatral: Tarcísio Vieira

Iluminação: Farol - Ateliê da Luz (Cleison Belo)

Figurino: Roupas de Palco (Rodolpho Sales)

Cenografia e Design Gráfico: Dhiogo Gomes 


Serviço

Espetáculo de Dança Contemporânea "Ai Se Sêsse"

Pantomima Grupo de Dança - @pantomimagrupo

Quando: 12 de novembro (terça-feira), às 20h

Local: Teatro Barreto Júnior, Pina

Ingressos: Sympla



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