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De Salvador ao Recife: as Ganhadeiras de Itapuã se apresentam na Caixa Cultural

Grupo feminino traz o samba de roda, cirandas, canções praieiras e reverência às ancestrais em apresentações abertas ao público


Ganhadeiras de Itapuã. Na foto, é possível ver um conjunto de mulheres negras, vestindo roupas características do grupo, que fazem referência às suas ancestrais, como saias longas, guias e turbantes
As Ganhadeiras de Itapuã. Foto: Leto Carvalho

As histórias, tradição, força feminina e o repertório rico das Ganhadeiras de Itapuã ocuparão, na próxima sexta (17) e sábado (18), o espaço da Caixa Cultural Recife. Com grande beleza e reverência às suas ancestrais, o grupo de mulheres traz representatividade enquanto resgatam memórias de resistência através do samba de roda. As apresentações terão início às 20h e os ingressos serão disponibilizados, de forma gratuita, na plataforma do Sympla a partir desta quarta-feira (15).


Em turnê iniciada desde dezembro de 2024, as Ganhadeiras de Itapuã estrearam as apresentações em Salvador, capital baiana. Além dos shows em Recife, o grupo também passará pelos espaços da CAIXA Cultural Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, e cantarão em saudação às mulheres negras de ganho do período colonial, que viveram em Itapuã, na Bahia (BA), até o final do século XIX. 


No repertório, as artistas evocam as culturas ancestrais afro-indígenas e trazem a realidade do povo de praia nas narrativas. As canções destacam o chamado “Samba de Mar Aberto”, denominação criada por Amadeu Alves, diretor musical do grupo, que caracteriza dessa maneira o jeito próprio e a sonoridade das Ganhadeiras. Compositores locais do bairro de Itapuã e artistas consagrados, como Dorival Caymmi, também são interpretados por elas, que são guiadas por ritmos como cirandas, afoxés e samba de roda.


As Ganhadeiras 


Surgido em 2004, o grupo sociocultural nasceu a partir de encontros realizados por moradoras do bairro de Itapuã, em Salvador (BA) , que buscavam resgatar antigas tradições ancestrais do território. O nome homenageia as negras de ganho, mulheres do século XIX e início do século XX que faziam lavagem de roupas na Lagoa do Abaeté ou carregavam balaios para vender peixe e quitutes pela cidade para garantir sua subsistência.


Tendo como referência um dos primeiros símbolos de luta e empoderamento feminino no Brasil, as Ganhadeiras desenvolvem um trabalho de valorização das mulheres no espaço cultural como agentes sociais, que promovem resgate das tradições populares, sambas e cânticos de suas ancestrais.

Paisagem de areial e árvores. Próximo ao canto esquerdo, a silhueta de uma das ganhadeiras
Foto: Amanda Oliveira

Com o primeiro álbum lançado em 2014, o grupo venceu o 26° Prêmio da Música Brasileira nas categorias Melhor Grupo Regional e Melhor Álbum de Música Regional. Já em 2015, levaram o troféu de melhor produção na categoria Show do Prêmio Caymmi de Música, e, em 2016, foram convidadas de honra na apresentação de encerramento das Olimpíadas daquele ano, no Rio de Janeiro.


O último trabalho lançado foi o DVD “Ganhadeiras de Itapuã - 15 anos: Uma História Cantada", de 2019, foi inspiração para o samba-enredo da Escola de Samba Unidos da Viradouro. Ao contar a história das Ganhadeiras de Itapuã para todo o Brasil, a escola de samba foi vencedora no Carnaval 2020 do Rio de Janeiro.


Em terras pernambucanas, a força das ancestrais que atravessa gerações estará ecoando nos cânticos das artistas que compõem o grupo. Para garantir o ingresso, basta acessar a plataforma do Sympla e adquiri-lo gratuitamente.




 
 
 

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