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Recife para o Canadá: sonho de bailarinas vira campanha por bolsa internacional

Débora Tavares e Júlia Cabral conquistam bolsa de estudos na Lamon Dance, em Vancouver


No Brasil, viver de dança ainda é um desafio que exige mais do que talento. Exige resistência, dedicação e, sobretudo, persistência diante de um cenário onde as oportunidades de profissionalização estão, em sua maioria, concentradas nos grandes centros urbanos. Foi nesse contexto que duas jovens bailarinas do Recife: Débora Tavares e Júlia Cabral, ambas de 22 anos, conquistaram uma das oportunidades mais significativas de suas carreiras: uma bolsa de estudos integral para um intensivo de seis meses na Lamon Dance Company, renomada companhia de dança contemporânea localizada em Vancouver, no Canadá.


Arte criada por Júlia e Débora. Imagem: Fotos de dança na imagem: Lux Fotografia e Alicia Cohim/ Divulgação
Arte criada por Júlia e Débora. Imagem: Fotos de dança na imagem: Lux Fotografia e Alicia Cohim/ Divulgação

A seleção aconteceu durante uma audição realizada em São Paulo, com alta concorrência de bailarinos de diversas regiões do país. A aprovação foi recebida com surpresa e entusiasmo, especialmente por se tratar de uma chance rara para artistas oriundas do Nordeste, fora do tradicional eixo Rio-São Paulo, onde o acesso a companhias internacionais, financiamentos culturais e formação continuada é mais restrito.


“É uma oportunidade que pode mudar nossas vidas, não só artisticamente, mas também como mulheres nordestinas que estão batalhando para ocupar espaços onde quase nunca somos vistas”, reflete Júlia.
Júlia Cabral durante performance. Imagem: Lux Fotografia / @luxfotoarte
Júlia Cabral durante performance. Imagem: Lux Fotografia / @luxfotoarte

Dança como linguagem e destino


A relação de Débora e Júlia com a dança é profunda e antiga. Ambas começaram ainda na infância, Débora aos três anos, influenciada pela irmã; Júlia aos seis, encantada pelos movimentos e pela liberdade que encontrou nas aulas. Com o passar dos anos, ambas ampliaram seu repertório, migrando do ballet clássico para a dança contemporânea, linguagem com a qual mais se identificam hoje.


“A dança me acompanha desde que me entendo por gente. Através dela, entendi o mundo, entendi a mim mesma e aprendi a me comunicar de forma sincera. Nunca foi só sobre técnica, sempre foi sobre verdade”, conta Débora.

Débora Tavares durante performance. Imagem: Reprodução/ Plume Fotos
Débora Tavares durante performance. Imagem: Reprodução/ Plume Fotos

Para elas, a dança é uma forma de existir, é disciplina, identidade, e também renúncia, de tempo com a família, de lazer, de estabilidade. Ainda assim, nunca pensaram em desistir. “A arte nos ensina a resistir, a encontrar caminhos. Tudo o que eu sou, eu aprendi dançando”, completa Júlia.


Oportunidade única, desafio real


Apesar da bolsa integral cobrir 100% da formação artística na companhia canadense, os custos relacionados à viagem e à estadia no exterior não estão incluídos, como passagens aéreas, alimentação, hospedagem, visto, seguro saúde e transporte em uma das cidades mais caras do mundo. O valor total da experiência se torna, assim, um desafio concreto para duas jovens artistas que construíram sua trajetória com recursos limitados, muitas vezes fora dos circuitos mais estruturados da dança no Brasil.





Mas, como na arte, elas enxergam nesse momento a chance de mobilizar solidariedade e construir redes.


Como apoiar


Para viabilizar a viagem e a permanência no Canadá, Débora e Júlia estão mobilizando uma campanha de arrecadação com diversas frentes de apoio:


As ações estão divulgadas nas redes sociais das bailarinas: @debatavares e @culiajabral.

Cada contribuição é um passo concreto para que duas artistas brasileiras sigam dançando, criando e representando o país no cenário internacional. E, acima de tudo, é um investimento em uma arte que pulsa, mesmo à margem, e transforma vidas.




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