“Contos e Cantos de Menarca” celebra o Mês da Dignidade Menstrual levando arte e diálogo para jovens pernambucanas

Projeto percorre cinco cidades do Nordeste com contação de histórias, rodas de conversa e oficinas 

Foto: Thays Brandão/ Divulgação

O mês de maio é dedicado à Dignidade Menstrual, que busca conscientizar a população sobre o tema, sua importância para a saúde e bem-estar, além de garantir, no mínimo, o acesso a produtos básicos de higiene, como absorventes, às pessoas que menstruam.

Em homenagem a este período, o projeto “Contos e Cantos de Menarca” promove uma série de ações artísticas e formativas para jovens meninas, alunas de escolas públicas, a partir dos 12 anos, em cinco cidades do Nordeste. Em Pernambuco, o projeto passou por Recife e Caruaru, na última semana, e marca presença em Belo Jardim, no dia 28 de maio (o dia da Dignidade Menstrual). 

“Contos e Cantos de Menarca” foi idealizado por Liv Monteiro, especialista em Terapia e Saúde da Mulher e da Adolescente, e pela artista Milla Puntel. Com programação gratuita, a iniciativa busca abrir espaços de diálogo sobre a menarca (primeira menstruação), combinando literatura, música e troca de experiências.

O projeto utiliza narrativas lúdicas e rodas de conversa para abordar temas como autocuidado, autoproteção e autoconhecimento. “É uma fase em que o acesso à informação ainda é confuso, e muitas meninas enfrentam violências e assédios. Queremos fortalecê-las de forma leve e consciente”, explica Liv Monteiro em nota. 

Foto: Malu Monteiro/ Divulgação

A contação de histórias é baseada no conto “Como Nascem as Bruxas?”, inspirado na obra de Ismael Chedid, e apresentado por meio da técnica do Kamishibai (técnica japonesa de “teatro de papel”). A narrativa ganha vida com a musicalidade do violão de Bruna Peixoto e do tambor xamânico de Milla Puntel, criando uma experiência poética e sensível. 

“A arte, pra mim, é missão. Esta é uma iniciativa sensível e acolhedora que convida meninas adolescentes a mergulharem no universo do ciclo menstrual por meio da literatura, da arte e do afeto. Nosso propósito é fortalecer o diálogo e criar espaços seguros, onde histórias possam ser contadas e ouvidas com respeito — garantindo o direito ao nosso corpo. Porque toda menina merece se reconhecer em narrativas que acolhem, inspiram e empoderam”, comentou Milla Puntel em nota.

Além da contação, o projeto inclui oficinas artísticas com pinturas e colagens, com vagas restritas a 40 meninas por cidade. As atividades também incluem discussões sobre saúde menstrual, produtos sustentáveis e alimentação saudável durante o ciclo.  

Bruna Peixoto, uma das artistas envolvidas, destaca a importância de levar o projeto para além dos grandes centros: “A cultura pulsa forte no interior, mas muitas vezes é invisibilizada. Queremos descentralizar a arte e a informação”.  

Em 2024, “Contos e Cantos de Menarca” já passou por Olinda, onde foi realizada uma ação na Casa do Turista com doações de absorventes, e pelo SESC Santa Rita (Recife), em parceria com a ONG Casa Menina Mulher. Ressaltando a importância de uma abordagem pedagógica, o projeto também promoveu um encontro virtual para educadores, compartilhando estratégias pedagógicas para abordar a menarca no ambiente escolar.