top of page

De fã do Elvis Presley a ‘Rei do Forró’: conheça Assisão

Foto do escritor: Guilherme dos SantosGuilherme dos Santos

Com determinação em ser diferente, cantor e compositor trilha caminho de valorização e renovação da música nordestina


Ele, por natureza, nunca foi “miúdo”, e até seu nome teve de se espaçar para que coubesse toda a sua majestade. Por isso, Francisco de Assis Nogueira, 83, desde criança, é Assisão. Das características, o jeito bem humorado e sorridente e até os cabelos longos, loiros e cacheados o tornam inconfundível. Quem o vê uma vez, certamente vai lembrar. 


Com 60 anos de carreira, o cantor e compositor  trilha um caminho cuja determinação em ser diferente ecoa como um riff de guitarra. É pela sua valorização às tradições e contribuição à música nordestina que ele tem um trono reservado: cercado de amor e fogueira, Assisão é o rei do forró.


É em entrevista exclusiva à Manguetown Revista que o artista conta sobre o início da sua carreira, desenhada por tradição, vontade e paixão pela profissão.


Foto: Reprodução das redes sociais/ divulgação

Sanfona, zabumba, triângulo e… guitarra?


De volta à terra natal, foi em 1962 que a carreira de Assisão começou oficialmente, quando integrou o grupo “Ases do Baião”, ao lado de dois primos. No repertório, além de músicas de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e outras referências do tempo, o trio também interpretava composições de Assisão. Em 1968 resolveu seguir carreira solo.




Fã de Elvis Presley, Assisão também era um grande admirador do rock. Guiado por essas influências musicais, o cantor decidiu adicionar a guitarra e a bateria eletrônica ao forró, tradicionalmente executado pela sanfona, zabumba e triângulo. A recepção desse novo forró foi controvérsia.


O pessoal brincava comigo, mangava de mim. Diziam que o forró era uma musicalidade pobre em arranjo, pobre em acorde, essas coisas. Aí eu digo “não”. Se Elvis nasceu no Mississipi, que é zona rural, de vaqueiro, então eu, também da zona rural, posso fazer esse forró”, afirma.


Apesar de algumas resistências, a musicalidade do rei do forró foi e é um estouro. Assisão logo ganhou disco de ouro, e no lançamento do seu disco “O dançador”, de 1989, vendeu mais de 300 mil cópias. Desde então o rei continua sua busca pelo novo, sem abrir mão, claro, da tradição e autenticidade do forró.


***


Guilherme dos Santos: Assisão, me conta mais um pouco da recepção desse seu jeito de fazer forró.


Assisão: A juventude recebeu bem, mas a turma mais idosa não gostou. Luiz Gonzaga não gostou muito não. (ri)


Guilherme dos Santos: E como é com a nova geração?


Assisão: As crianças gostam mais da minha música do que os velhos. Quando vou fazer os shows tem mais jovens do que velhos.


Guilherme dos Santos: Quais outras inovações você está preparando?


Assisão: Agora eu gravei quatro músicas, que são um pouco diferentes. É um forró mais arranjado. Uma delas “Forró, Amor e Fogueira”. Eu tenho que fazer uma coisa que não esteja repetida. Por isso, nessa música eu tive que tirar do velho e novo testamento, pra ficar diferente.


Guilherme dos Santos: Qual seu sonho o que espera do futuro?


Assisão: Que os jovens e as crianças fiquem por dentro do forró.




コメント


bottom of page