top of page

Festival Janela Internacional de Cinema do Recife celebra 15ª edição com reabertura do Cinema São Luiz

Foto do escritor: Thales MartinsThales Martins

Atualizado: 1 de nov. de 2024

O evento, que contará com uma seleção de mais de 100 filmes e atividades formativas a partir do dia 1º de novembro, marca o retorno de um dos principais cinemas de rua de Pernambuco



Foto: Eduardo Cunha/ Divulgação

Após dois anos de portas fechadas, o Cinema São Luiz reabre suas portas nesta sexta-feira (1º) para receber a 15ª edição do Festival Janela Internacional de Cinema. Desde 2008, o evento vem se afirmando como um espaço de encontro para realizadores e cinéfilos, além de proporcionar a Pernambuco uma imersão em produções de cinema autoral de várias partes do mundo. 


Fundado por Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux, o festival surgiu com o propósito de apresentar o melhor do cinema para o público local. A ideia inicial, de criar uma janela para o cinema alternativo, permanece viva e se renova na 15ª edição, com uma seleção que inclui mais de 100 filmes, entre longas e curtas-metragens, distribuídos em cerca de 55 sessões.


A edição deste ano se estende até o dia 8 e traz uma gama de filmes que vão de lançamentos nacionais e internacionais a clássicos restaurados, destacando a multiplicidade de olhares e estilos que marcam a programação. Uma homenagem especial será feita à cineasta pernambucana Kátia Mesel, que além de ter seus filmes exibidos, oferecerá masterclasses detalhando sua filmografia.


Além do Cinema São Luiz, as exibições também ocorrerão no Cinema da Fundação, na sala do Museu, em Casa Forte. Os ingressos para os longas-metragens custam R$ 5,00, com vendas exclusivas pelo Sympla para o São Luiz, enquanto as sessões de curtas terão entrada gratuita. No Cinema da Fundação, os ingressos estarão disponíveis presencialmente, uma hora antes do início de cada sessão. 


A Manguetown Revista conversou com Pedro Azevedo Moreira, um dos curadores do Janela, sobre a programação e a sensação de ocupar o Cinema São Luiz novamente.


Destaques da programação



O longa “Ainda Estou Aqui” é um dos destaques (Foto: Divulgação)

Com primeiras exibições já a partir das 14h, a abertura oficial do festival será às 20h, com o longa-metragem “Manas”, de Marianna Brennand. A obra, protagonizada pela jovem atriz paraense Jamilli Correa, vencedora do Prêmio Especial do Júri no Festival do Rio e do Melhor Filme Brasileiro na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, acompanha a história de Marcielle em sua tomada de consciência sobre a violência e a falta de direitos em sua comunidade. “Manas”, que já teve exibições no Festival de Veneza e na Mostra São Paulo, promete ser um dos destaques do evento.


Além de "Manas”, outros longas nacionais de destaque no circuito de festivais em 2024 também contarão com a presença de seus realizadores nas sessões. Obras como “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles; “Malu”, de Pedro Freire; “Apocalipse nos Trópicos”, de Petra Costa; “Centro Ilusão”, de Pedro Diógenes; “Baby”, de Marcelo Caetano; e “Kasa Branca”, de Luciano Vidigal serão seguidos de debates com o público.


Produções pernambucanas também marcam presença na programação. Alguns dos filmes que integram a programação local incluem “Tijolo por Tijolo”, de Quentin Delaroche e Victoria Álvares; “Seu Cavalcanti”, de Leo Lacca; “A Transformação de Canuto”, de Ernesto de Carvalho e Ariel Kuaray Ortega; “Ainda Não é Amanhã”, de Milena Times; e “Dormir de Olhos Abertos”, longa vencedor do prêmio da crítica internacional (Fipresci) em Berlim, filmado no Recife com direção da cineasta alemã Nele Wohlatz, que estará presente na ocasião.


Com o compromisso de tornar a experiência cinematográfica acessível a todas as pessoas, algumas das sessões terão recursos de acessibilidade, como LSE, Libras e audiodescrição. Entre as obras que contarão com essa estrutura estão “Manas, “Tijolo por Tijolo”, “Kasa Branca”, “Seu Cavalcanti” e “A Transformação de Canuto”.


Para encerrar o festival, a noite do dia 8 contará com uma exibição especial dos filmes clássicos “Revezes” (1927), de Chagas Ribeiro, e “Retribuição” (1925), de Gentil Roiz, ambos acompanhados ao vivo pela banda pernambucana Ave Sangria, no Cinema São Luiz, em uma sessão marcada para às 22h.


As exibições contemplam ainda categorias como “Clássicos do Janela”, “Lançamentos Nacionais e Internacionais”, “Competição de Curtas Nacionais”, homenagens, debates com realizadores e mostras internacionais. Entre os filmes internacionais, o público poderá conferir títulos de diretores consagrados, como “Caught by the Tides” de Jia Zhangke e “Dahomey” de Mati Diop, além de novas apostas como “East of Noon” de Hala Elkoussy, “O Pardal na Chaminé” de Ramon Zürcher, e “A Fidai Film” de Kamal Aljafari, entre outros.


Atividades formativas


A proposta do Janela vai além da exibição dos filmes, abrangendo atividades formativas voltadas para profissionais e entusiastas do cinema. Entre elas, estão as oficinas da “Janela Crítica”, que estimula o desenvolvimento do olhar crítico sobre a arte cinematográfica, e o “Aulas do Janela”, que abordará temas variados como roteiro, curadoria e técnicas de filmagem. Esses encontros ocorrerão no hall do Cinema São Luiz, proporcionando aos participantes um ambiente colaborativo para aprendizado e troca de conhecimentos.


Pedro considera as ações formativas tão essenciais quanto as exibições: “este é um momento para celebrar a retomada de um patrimônio histórico da cidade e para marcar o retorno do Janela como um festival que consegue reunir um grande público, apresentar um recorte panorâmico e bem elaborado da produção nacional e trazer uma seleção interessante de clássicos exibidos com a melhor qualidade possível. Também é uma oportunidade de promover atividades paralelas de formação, debates, oficinas e ações complementares às sessões, que são tão importantes quanto as exibições para a estrutura do festival como um todo.”


A importância do Cinema São Luiz para o Festival


Pedro Azevedo Moreira, curador do Janela, destaca a relevância do Cinema São Luiz para o festival: “o São Luiz ocupa a memória afetiva de Recife há muito tempo, sendo um espaço fundamental para o Janela. Ao longo dos anos, o festival sempre foi um momento importante para o São Luiz, e o São Luiz, por sua vez, foi essencial para o Janela. Esse encontro entre os dois criou um cenário positivo e fértil, permitindo que outros festivais, mostras e exibições, inicialmente planejadas para outros espaços, também migrassem para o São Luiz.”


Para Pedro, o cinema de rua oferece uma experiência diferenciada, integrando-se ao espaço público de uma forma que os multiplex em shoppings não conseguem: “desde os anos 90, e de forma consolidada nos anos 2000, as salas de multiplex passaram a ter uma presença hegemônica no circuito das grandes cidades. A maioria das salas que exibem filmes hoje está localizada em shopping centers. No entanto, Recife tem a sorte de contar com alguns cinemas de rua, como o Teatro do Parque, reaberto nos últimos anos, além do Cinema da Fundação, no Derby, o Cinema do Museu, em Casa Forte, e o cinema da UFPE, que também fica fora de um espaço comercial. O cinema de rua oferece uma experiência humana e de interação social diferente, por estar aberto ao espaço público”, explica.


A curadoria do Janela é coordenada por Pedro Azevedo Moreira, com uma equipe formada pelo realizador Felipe André Silva, a artista transmídia Biarritz e o diretor Dodô Azevedo. A direção artística é de Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux. 


O Festival Janela Internacional de Cinema do Recife é realizado pela Cinemascópio, e este ano tem o patrocínio da Lei Paulo Gustavo Recife (LPG - Recife), da Lei Paulo Gustavo Pernambuco (LPG-PE), da Copergás e do Complexo Industrial Portuário de Suape e o apoio cultural da Centro Cultural Brasil Alemanha (CCBA), Embaixada da França no Brasil, Cinemateca da Embaixada da França e Cinémathèque Afrique do Institut Français.



SERVIÇO: 


XV JANELA INTERNACIONAL DE CINEMA DO RECIFE


Data: 1 a 8 de novembro ABERTURA NA SEXTA-FEIRA, DIA 1º DE NOVEMBRO

Locais: Cinema São Luiz (rua da Aurora, 175 – Boa Vista) e Cinema da Fundação - Sala Museu (avenida 17 de agosto, 2187 – Casa Forte)

Sessões com acessibilidade em LSE, Libras e audiodescrição: Manas, Tijolo por Tijolo, Kasa Branca, Seu Cavalcanti e A Transformação de Canuto.

Ingressos: R$ 5,00 (para o Cinema São Luiz venda exclusiva pelo Sympla. No Cinema do

Museu, só na bilheteria, que abre para venda uma hora antes da sessão). Sessões de Curtas têm entrada GRATUITA.


Comments


bottom of page