Com programação híbrida, o festival fortalece a democratização do acesso ao cinema, oferecendo oficinas, debates e exibições que estimulam a reflexão crítica e o desenvolvimento de novos talentos.
Entre os dias 14 e 19 de outubro, o VIII Cine Jardim – Festival Latino-americano de Cinema de Belo Jardim retorna para mais uma edição, em formato híbrido, consolidando-se como um evento de relevância no cenário cultural pernambucano. Nesta edição o festival tem por tema diversidade e infância.
Além da exibição de curtas e longas-metragens, o festival oferece oficinas formativas que promovem o diálogo entre o público e o cinema, contribuindo para a formação de novos talentos e ampliando o acesso à cultura em uma região que carece de salas de cinema.
Impacto social e cultural na comunidade
O Cine Jardim tem desempenhado um papel importante na promoção da inclusão sociocultural em Belo Jardim e nas cidades da microrregião do Vale do Ipojuca. Segundo Leo Tabosa, diretor do festival, "o impacto é significativo, pois promove a reflexão crítica, o fortalecimento do sentimento de comunidade e a valorização do cinema como uma ferramenta de transformação social."
Em um local que não possui cinemas, o festival se torna uma janela para o mundo, levando filmes com temáticas contemporâneas e relevantes para um público que muitas vezes não têm acesso à sétima arte.
Além disso, o evento oferece uma oportunidade única para que a população local discuta questões sociais, ambientais e culturais através dos filmes exibidos. O festival também é integrado ao calendário das escolas públicas, promovendo atividades educativas e culturais que beneficiam diretamente os jovens da região.
O compromisso com a inclusão é evidenciado pela oferta de recursos de acessibilidade comunicacional, tanto nas exibições presenciais quanto nas plataformas digitais.
Curadoria e diversidade temática
A seleção de filmes para o festival reflete a missão de promover debates e conscientização sobre temas essenciais. Leo Tabosa destaca que os principais critérios de escolha incluem "a qualidade artística e a relevância das temáticas abordadas, como direitos humanos e diversidade cultural".
Essa curadoria busca estimular a reflexão sobre questões contemporâneas e valorizar a diversidade da sociedade brasileira, ao mesmo tempo em que explora novas linguagens cinematográficas.
Entre os filmes selecionados para a mostra competitiva, a animação "O Sonho de Clarice" foi escolhida para a abertura do festival. A obra, que já percorreu importantes festivais, aborda a superação da perda de forma sensível e criativa, ressoando profundamente com o público. “A escolha foi motivada pela relevância de suas temáticas, que dialogam diretamente com o que o festival busca: promover empatia e reflexão”, explica Tabosa.
Oficinas formativas: do documentário à interpretação
Um dos grandes diferenciais do Cine Jardim é seu compromisso com a formação de novos cineastas e críticos. Durante esta edição, o festival oferecerá três oficinas que buscam fomentar o desenvolvimento de habilidades práticas e teóricas no campo audiovisual: Documentando Realidades, ministrada pelo cineasta Marlom Meirelles; Crítica de Cinema, com o jornalista e crítico Diego Benevides; e Prática de Interpretação, sob a orientação do ator Tuca Andrada.
A oficina de Documentando Realidades acontecerá entre os dias 15 e 18 de outubro e será uma imersão nas técnicas e nos princípios éticos do documentário. Com 12 horas de duração, Meirelles, um cineasta com vasta experiência no formato documental, promete guiar os participantes através do processo de criação, desde a ideia inicial até a finalização do filme. "Incentivar novos realizadores em Belo Jardim é algo que está em consonância com o propósito do festival", afirma Marlom.
Já a oficina de Crítica de Cinema, também de 15 a 18 de outubro, será ministrada por Diego Benevides e abordará o papel da crítica cinematográfica no pensamento contemporâneo. A atividade formará o Júri Jovem, que será responsável por escolher o melhor curta-metragem da mostra competitiva. Para Diego, a oficina representa uma oportunidade de expandir o olhar sobre a produção audiovisual e estimular o debate sobre diferentes formas de fazer cinema. "É uma alegria poder voltar a Belo Jardim e contribuir para a formação crítica dos jovens participantes", ressalta.
Por fim, a oficina de Prática de Interpretação, com Tuca Andrada, acontecerá entre os dias 16 e 18 de outubro. O renomado ator promete uma experiência imersiva, com debates, jogos teatrais e leituras dramáticas. Tuca, que tem uma carreira sólida no teatro, cinema e televisão, espera trocar experiências com os participantes e discutir os desafios e as nuances da atuação. "Será uma troca muito rica de informações e vivências", comenta o ator.
Legado e futuro
Após oito edições, o Cine Jardim tem deixado um legado inestimável para Belo Jardim e para o cenário cinematográfico pernambucano. Segundo Leo Tabosa, o maior legado é "a democratização do acesso à cultura", que tem promovido o engajamento da comunidade em questões sociais e ambientais por meio do cinema.
O festival também tem incentivado a produção local, com muitos dos novos cineastas tendo iniciado suas jornadas nas oficinas formativas oferecidas ao longo dos anos. Para o futuro, o diretor planeja expandir ainda mais o festival, buscando novas formas de engajar a comunidade e explorar temas relevantes.
"Queremos continuar crescendo e nos adaptando, sempre com o compromisso de promover o cinema como uma ferramenta de transformação social e cultural", conclui Tabosa.
Com uma programação diversa e voltada para a inclusão, o VIII Cine Jardim promete continuar sendo uma referência no fomento à cultura e à formação audiovisual, fortalecendo o cinema pernambucano e a conexão entre as pessoas e as histórias contadas nas telas.
Serviço:
Data: 14 a 19 de outubro de 2024
Local: Belo Jardim (Cine Teatro Cultura e Parque Janelas para o Rio), e plataformas digitais
Inscrições para as oficinas: producao@cinejardim.com ou na sede do Instituto Conceição Moura
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