top of page
Foto do escritor Maddu Lima

Blera: uma voz autêntica que une ritmos e vivências

Canções da artista falam sobre amor, resistência e a força da mulher preta, nordestina e LGBTQIA+


Em entrevista exclusiva, a Manguetown Revista conversou com a cantora Blera Alves, uma jovem cantora e compositora que canta sobre vivências, relações e experiências.


Ligada à música desde cedo, teve como base a igreja, mas sempre soube que queria trilhar o caminho da música. Após sair do ambiente religioso, se dedicou a estudar e escrever canções, construindo uma trajetória que reflete sua autenticidade e conexão com as próprias raízes.


“Eu sempre quis fazer música, né? Só não sabia como, mas sempre escrevia, sempre me dedicava a isso.” conta Blera.


A cantora Blera Alves durante uma apresentação no palco, com expressão emocionada, olhos fechados e mãos juntas próximas ao rosto. Ela veste uma roupa colorida, usa acessórios dourados e tem cabelos longos com dreadlocks. Um microfone está posicionado à sua frente em um ambiente com iluminação artística.
Foto: Kelven Rodrigo/Acervo da artista

A artista


Mesmo sempre  conectada com a música, a construção de  Blera, como é vista  hoje, não aconteceu de forma imediata. Inicialmente, a cantora não gostava e tampouco entendia a ideia e significado de ser artista. Por isso, a jornada para se encontrar com a Blera foi demorada. 


“Eu tinha uma aversão ao ser artista, mas quando você vai se reconhecendo, você vai se conhecendo, você vai amadurecendo as suas ideias, você percebe que é posicionamento, ser artista e transmitir uma mensagem e comunicar aquilo que você sente para as pessoas de uma forma transparente e foi assim que Blera nasceu” conta a cantora.


Blera emerge deixando uma timidez de lado e assumindo uma postura poderosa no palco, cantando, fazendo arte, música e inspirando, de maneira completamente autêntica, de um “jeito Blera”.


As inspirações na construção da artista, inclusive, são plurais. A cantora traz nomes pernambucanos como Juliano Holanda (guitarrista do projeto), Odailta Alves e Chico Science, mas também abrange referências nacionais e internacionais como Elza Soares, Negra Lee, Adele e muitos outros nomes. 


“Tem tanta gente que eu me inspiro que é muito difícil falar assim, mas acho que o que me move a fazer música, é querer chegar um pouquinho perto dessas pessoas que eu admiro, sabe? Isso me motiva a continuar fazendo música. É ser lembrada de uma forma positiva como essas pessoas são e foram”, conta.


Assim como suas referências, Blera explora ritmos diversos no seu processo de fazer música, sem se prender a uma caixa ou padrão musical. A artista dialoga com ritmos como forró, brega e até uma ciranda, ela conta que gosta de ritmos e não se rotula musicalmente.


“Pego minhas influências do soul, do frevo, do brega, do maracatu, da mpb e coloco tudo num pacote só” explica a cantora.


Projeto BLERA


Dentro de um cenário nada favorável para artistas independentes, que é a realidade atual da cultura pernambucana, lançar um álbum visual e autêntico que aborda as vivências de uma mulher preta, LBGTQIA+ e nordestina é um desafio. Para Blera, no entanto, essa barreira já deixou de ser um desafio, e sim uma motivação


“Sabe, quando você não tá mais se importando com o que o cenário tá esperando de você? Você só tá fazendo. Eu acho que essa é a minha bolha furada. Não to mais preocupada com o que o mercado vai achar ou não vai. Eu quero fazer o meu trabalho” afirma Blera.



A cantora Blera Alves se apresenta no palco acompanhada por três músicos. Ela canta ao microfone, vestindo um figurino colorido e com cabelo preso em dreadlocks. Ao fundo, um guitarrista, um violonista e uma baixista tocam seus instrumentos sob iluminação artística com refletores direcionados.
Foto: Kelven Rodrigo/Acervo da artista

Com apoio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura-PE) a cantora mergulhou de cabeça, gestou e deu a luz a esse projeto. Para ela, sua realização não seria possível sem esse suporte do estado à toda a trajetória. Para Blera, a produção e finalização são traduzidas em um sentimento: o de “gratidão”.


“Eu tinha a sensação que tinha que sair de Pernambuco para ser vista, reconhecida, aí chega o Funcultura para dizer que não, que eu vou ser vista aqui, foi a primeira vez que eu vi Recife me ver” conta Blera.


O álbum visual, intitulado BLERA, reúne cinco músicas: “Longínqua”; “Surreal”; “Um dia voarei”; “Fique sabendo”; e “Eu, tu e o Recife”. As canções falam de vivências pessoais, da relação da artista com o território, e das relações plurais indo contra a ideia que muitas vezes é imposta de que mulheres pretas não merecem ou não podem amar.


“Eu até brinco que eu não escolhi as músicas certas, porém depois que a construção aconteceu, eu percebi que sim, eram aquelas canções que precisavam ser transmitidas para o público”, conta Blera.


A faixa “Fique sabendo” é um feat com a cantora argentina Sol Margueliche, e retrata uma despedida, mas não uma despedida romântica. Blera fez essa canção para o seu pai e para esse amor paterno não correspondido.


O álbum visa inspirar e ser um espelho para outras mulheres que compartilham suas vivências. “Quero que mulheres pretas, nordestinas, periféricas e LGBTQIA+ se reconheçam em mim e saibam que é possível. É possível ser, fazer, crescer. É possível tudo”, projeta.


Blera é autenticidade, é energia e transmite essa mensagem através de suas músicas, “Eu quero que faça sentido para as pessoas. Que as pessoas ouçam e digam: como é bom ouvir Blera.” finaliza a cantora.


Ouça BLERA em todas as plataformas digitais

Siga a artista:@bleraalves


Quem faz o projeto: 


Direção Geral: @valenca_eric

Direção Musical: @bleraalves

Produção: @evve_producoes

Assessoria: @lucia_marias

Sonoplastia: @_pedrobettin

Captação Sonora: @secreto_estudio

Iluminação: @lucianaraposoluz

Fotografia: @kelven_gc

2 Fotografia: @anamaueprodutora

Edição: @krfoto23

Figurinista: @epriu.brecho

Maquiadora: @aninhasoaresssss

Designer: @joniel

Produção executiva: @danypaula4


Músicos


Voz: @bleraalves

Baixo: @glaucyaraujo_

Bateria: @miguelbcs_

Guitarra: @julianoholanda

2 Guitarra: @giba_gt

Percussão: @base.sonora

2 Percussão: @carolpretaflor

Flauta Transversal: @forllanforllan

Tuba: @alexs2511



Comments


bottom of page