Dez novos mestres e mestras entram para o Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco
- Maria Eduarda Silva

- 15 de ago.
- 2 min de leitura
Do maracatu ao forró, novos nomes reforçam a preservação do patrimônio imaterial de Pernambuco
O Governo de Pernambuco anunciou os dez novos nomes e grupos que passam a integrar o Registro do Patrimônio Vivo do Estado (RPV-PE). A lista, resultado do 20º Concurso Público da iniciativa, eleva para 115 o número de mestres, mestras e coletivos reconhecidos oficialmente por sua contribuição à preservação e transmissão das tradições culturais pernambucanas.
Criado pela Lei Estadual nº 12.196/2002, o título de Patrimônio Vivo garante pensão vitalícia e, como também, o compromisso de repassar conhecimentos e técnicas para novas gerações, garantindo a continuidade de saberes e fazeres.
Entre os novos mestres estão, o Boi Tira-Teima, criado em 1922 em Caruaru, que mantém viva a tradição do Bumba Meu Boi com apresentações, ações educativas e projetos sociais. Também está Dona Dá, nascida no Recife, mas eternizada no Carnaval de Olinda, símbolo da folia que une as duas cidades.

Da Zona da Mata vem Dona Maria Viúva, liderança do Maracatu Estrela da Tarde, fundado em seu próprio terreiro, e referência na cultura afro-indígena. No Agreste, a voz firme e o corpo marcado pela dança de Mestra Mariquinha seguem embalando o samba de coco em Tupanatinga.
No Recife, o frevo se mantém vivo com o Maestro Edson Rodrigues, autor de clássicos e formador de novas gerações. Ainda na capital, o Maracatu Nação Raízes de Pai Adão preserva a tradição Yorubana e a ligação com a religiosidade afro-brasileira.
A força feminina também se afirma com Mestra Joana Cavalcante, primeira mulher a comandar uma Nação de Maracatu e criadora do movimento Baque Mulher. E das mãos habilidosas de Mestre Lourenço, em Goiana, nascem cestos e utensílios de fibra de cana-brava que carregam décadas de resistência e técnica.
No compasso do forró, Terezinha do Acordeon é pioneira entre sanfoneiras, com discos gravados, projetos beneficentes e a liderança da Orquestra Sanfônica de Pernambuco. E fechando a lista, o olhar atento de Xirumba Amorim transforma a vida e as lutas do povo nordestino em imagens que já rodaram o mundo.

Pernambuco foi o primeiro estado a criar uma política específica para registro e valorização dos detentores de saberes tradicionais. Mais que um título, o reconhecimento representa um compromisso de manter vivas as tradições, repassar técnicas e histórias, e fortalecer a identidade cultural pernambucana diante das transformações do tempo.



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