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Dez novos mestres e mestras entram para o Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco

Do maracatu ao forró, novos nomes reforçam a preservação do patrimônio imaterial de Pernambuco


O Governo de Pernambuco anunciou os dez novos nomes e grupos que passam a integrar o Registro do Patrimônio Vivo do Estado (RPV-PE). A lista, resultado do 20º Concurso Público da iniciativa, eleva para 115 o número de mestres, mestras e coletivos reconhecidos oficialmente por sua contribuição à preservação e transmissão das tradições culturais pernambucanas. 


Criado pela Lei Estadual nº 12.196/2002, o título de Patrimônio Vivo garante pensão vitalícia e, como também, o compromisso de repassar conhecimentos e técnicas para novas gerações, garantindo a continuidade de saberes e fazeres.


Entre os novos mestres estão, o Boi Tira-Teima, criado em 1922 em Caruaru, que mantém viva a tradição do Bumba Meu Boi com apresentações, ações educativas e projetos sociais. Também está Dona Dá, nascida no Recife, mas eternizada no Carnaval de Olinda, símbolo da folia que une as duas cidades.


O Boi Tira-Teima atua em festivais e escolas, com destaque para seus projetos formativos e o recente reconhecimento como Ponto de Cultura. Imagem: Reprodução
O Boi Tira-Teima atua em festivais e escolas, com destaque para seus projetos formativos e o recente reconhecimento como Ponto de Cultura. Imagem: Reprodução

Da Zona da Mata vem Dona Maria Viúva, liderança do Maracatu Estrela da Tarde, fundado em seu próprio terreiro, e referência na cultura afro-indígena. No Agreste, a voz firme e o corpo marcado pela dança de Mestra Mariquinha seguem embalando o samba de coco em Tupanatinga.


No Recife, o frevo se mantém vivo com o Maestro Edson Rodrigues, autor de clássicos e formador de novas gerações. Ainda na capital, o Maracatu Nação Raízes de Pai Adão preserva a tradição Yorubana e a ligação com a religiosidade afro-brasileira.


A força feminina também se afirma com Mestra Joana Cavalcante, primeira mulher a comandar uma Nação de Maracatu e criadora do movimento Baque Mulher. E das mãos habilidosas de Mestre Lourenço, em Goiana, nascem cestos e utensílios de fibra de cana-brava que carregam décadas de resistência e técnica.


No compasso do forró, Terezinha do Acordeon é pioneira entre sanfoneiras, com discos gravados, projetos beneficentes e a liderança da Orquestra Sanfônica de Pernambuco. E fechando a lista, o olhar atento de Xirumba Amorim transforma a vida e as lutas do povo nordestino em imagens que já rodaram o mundo.


As obras de Xirumba Amorim são uma crônica visual da realidade brasileira. Imagem: Reprodução
As obras de Xirumba Amorim são uma crônica visual da realidade brasileira. Imagem: Reprodução

Pernambuco foi o primeiro estado a criar uma política específica para registro e valorização dos detentores de saberes tradicionais. Mais que um título, o reconhecimento representa um compromisso de manter vivas as tradições, repassar técnicas e histórias, e fortalecer a identidade cultural pernambucana diante das transformações do tempo.




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