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Dia da Música Popular Brasileira: o papel de Pernambuco na construção do gênero

Comemorado em 17 de outubro, o Dia da Música Popular Brasileira homenageia Chiquinha Gonzaga


Pioneira na junção de diferentes estilos musicais, Francisca Edwiges Neves Gonzaga, popularmente conhecida como Chiquinha Gonzaga, abriu caminhos para o que hoje conhecemos como MPB, ela foi a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Em 1899, compôs a primeira marchinha carnavalesca, “Ó Abre Alas”, entre diversas outras contribuições para a música nacional.


Mais de um século depois, Pernambuco mantém viva essa herança, sendo um dos grandes centros criativos da música popular no Brasil, um território onde tradição e inovação se encontram. 


Chiquinha Gonzaga ao piano, RJ/ Acervo IMS
Chiquinha Gonzaga ao piano, RJ/ Acervo IMS

Origem da MPB


As raízes da Música Popular Brasileira estão ligadas ao período da ditadura militar e ao enfraquecimento da bossa nova no país. Misturando ritmos, movimentos musicais e contextos sociais, a MPB surgiu como uma expressão de resistência e identidade cultural.


Em 1965, o 1º Festival de Música Popular Brasileira marcou a história do gênero com a apresentação de Elis Regina, interpretando “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. Esses festivais revelaram e impulsionaram grandes nomes da música nacional, como Elizeth Cardoso, Caetano Veloso, Nara Leão, Chico Buarque, Gal Costa e muitos outros.


Elis Regina canta 'Arrastão' em festival de 1965. Foto: Reprodução/Vídeo
Elis Regina canta 'Arrastão' em festival de 1965. Foto: Reprodução/Vídeo

MPB no cenário pernambucano


Quando se fala em Música Popular Brasileira, Pernambuco aparece não apenas como participante, mas como uma das fontes mais pulsantes dessa expressão cultural. Desde os ritmos tradicionais até as experimentações contemporâneas, o estado construiu uma narrativa única da MPB.


Na década de 1970, nomes como Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Lula Côrtes, Ave Sangria e etc, ajudaram a projetar a música pernambucana nacionalmente. Dialogando com o popular como forma de resistência, esses artistas afirmam identidades e tradições em meio a processos de apagamento cultural.


Nos anos 1990, o movimento Manguebeat, liderado por Chico Science, Nação Zumbi e Mundo Livre S/A, trouxe uma nova perspectiva à MPB ao misturar maracatu, rock, rap, funk e música eletrônica. A proposta era clara: conectar tradição e modernidade, o mangue e o mundo.


Chico Science (centro) e Nação Zumbi em 1994. Foto: Marcelo Soubhia/Folhapress
Chico Science (centro) e Nação Zumbi em 1994. Foto: Marcelo Soubhia/Folhapress

Atualmente, Pernambuco mantém um cenário fértil e diverso dentro da música popular. A nova geração de artistas, como Duda Beat, Martins, Almério, Joyce Alane e tantos outros cantores e compositores pernambucanos, carrega o legado da mistura entre herança e experimentação, mostrando que o gênero segue vivo e em constante reinvenção.


A música como linguagem viva


A MPB em Pernambuco vai além de um gênero: é uma linguagem viva que atravessa séculos e resiste às transformações do tempo. No Dia da Música Popular Brasileira, vale lembrar que a música é, acima de tudo, expressão cultural, ela pulsa, honra o passado, escuta o presente e se abre ao futuro.



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