Festival Literário das Periferias 2025 celebra a literatura e resistência no Recife
- Júlia Carla
- 9 de jun.
- 3 min de leitura
Com o tema “Leia a Rua”, o evento homenageia mulheres negras da literatura e celebra vozes periféricas por diferentes regiões da cidade de forma gratuita.

Recife é palco da segunda edição do Festival Literário das Periferias (Fliperifa), que promove a valorização da produção literária nas comunidades periféricas da capital pernambucana, ocupando espaços culturais das zonas oeste, sul e norte da cidade nos dias 8, 15 e 19 de junho.
Idealizado pela pedagoga e produtora cultural Palas Camila e com a curadoria da poetisa, cantora e escritora Bell Puã, o Fliperifa é coordenado por uma equipe formada majoritariamente por mulheres e por pessoas com vivências periféricas.
O tema do evento deste ano, “Leia a Rua”, reflete o propósito do festival de transformar a rua em território de leitura, resistência e afeto, por meio de atividades como rodas de conversa, oficinas, feira de livros, espaço infantil, apresentações culturais e intervenções urbanas com colagens de lambe-lambes. Além disso, vai haver recitais de poesia com o Slam das Minas PE em todos os dias do evento e vai ocorrer a disponibilização de certificados para os participantes das oficinas.
Homenagens a mulheres da palavra e da luta
O Fliperifa visa valorizar autoras negras e periféricas que constroem uma literatura viva, insurgente e transformadora. Na edição anterior, o festival homenageou as escritoras Inaldete Pinheiro e Odailta Alves.
Nesta edição, o festival homenageia duas mulheres negras de grande relevância para o cenário literário e social do Recife: Maria Cristina Tavares, conhecida como Maria Livreira, e Joy Thamires, ambas são reconhecidas por seu trabalho em prol da educação antirracista e da literatura marginal.
Maria Cristina Tavares é pedagoga pela UFRPE, mestra em Educação e idealizadora da livraria itinerante e virtual Maria Livreira, voltada à difusão da literatura negra e indígena infantojuvenil. Entre suas obras, destacam-se os cordéis “Rainha Tereza de Benguela” e “África, um continente”, além do conto “Vida”, publicado na revista Laudelinas.
Joy Thamires é poetisa, educadora social, produtora cultural e autora de seis livros publicados de forma independente, como “Fiz da Minha Senzala Poesia, e da Minha Poesia Meu Jardim” e "Que Afeto te Afeta?”. Sua obra se entrelaça com o corpo, o território e a palavra, refletindo vivências de luta e resistência.
O Fliperifa é realizado com apoio da Lei Aldir Blanc Recife (PNAB), por meio do edital Multilinguagem, com fomento da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Secretaria de Cultura e Prefeitura do Recife.
Programação
08 de junho — Afetoteca (Roda de Fogo)
14h: Mesa “Literatura oral: poesia falada e contação de histórias” (Libélula, Jessicalen, Kemla Baptista)
16h: Oficina de produção de zines (BiciCastelo)
18h: Recital de poesia (Slam das Minas PE)
15 de junho — Cores do Amanhã (Totó)
14h: Mesa “Mercado literário: publicação e captação de recursos” (Luciene Nascimento, Cássio Loko, Pato)
16h: Oficina “Ancestralidade guiando nossos versos” (Joaninha Poeta)
18h: Recital de poesia (Slam das Minas PE)
19 de junho — Ladobeco (Arruda)
14h: Mesa “Estratégias de divulgação: literatura e redes sociais” (Ester Dsan, Arteiro Poeta, Larissa Calado)
16h: Oficina “Vivências de mapas afetivos e poesia” (Cris Venceslau)
18h: Recital de poesia (Slam das Minas PE)
19h30: Culminância com apresentações artísticas (Família Malanarquista, Coco de Água Doce, Okado do Canal)
Serviço
Festival Literário das Periferias de Recife – Fliperifa 2025
Entrada: Gratuita
Locais: Afetoteca – Av. Bicentenário da Revolução Francesa, nº 74 – Roda de Fogo, Recife
Cores do Amanhã – Av. Garota de Ipanema, nº 02 – Totó, Recife
Ladobeco – Av. Professor José dos Anjos, nº 121 – Arruda, Recife
Comments