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Lucinha Guerra revive a magia do movimento armorial no Janeiro de Grandes Espetáculos

Foto do escritor: Leandro LopesLeandro Lopes

Cantora apresenta “Cantiga à Pedra do Reino” com músicas e contos


Nesta quarta-feira (29), a cantora, atriz e percussionista Lucinha Guerra sobe ao palco do Teatro Hermilo Borba Filho, no Recife, com o espetáculo “Cantiga à Pedra do Reino” . A produção, que faz parte da programação do Janeiro de Grandes Espetáculos, celebra o legado do movimento armorial e reúne músicas e histórias aprendidas com o mestre Ariano Suassuna. Com direção de Romero de Andrade Lima, o projeto promete emocionar o público em duas sessões, às 19h e 20h30.


Lucinha Guerra em "Cantiga à Pedra do Reino”. Foto: Divulgação/ Lucinha Guerra
Lucinha Guerra em "Cantiga à Pedra do Reino”. Foto: Divulgação/ Lucinha Guerra

“Esse projeto é a realização de dois sonhos: o de Ariano, que sempre desejou que os ensinamentos e a criação do movimento armorial fossem perpetuados, e o meu, de retomar as cantigas e histórias que fizeram parte da minha trajetória artística”, explicou Lucinha em entrevista exclusiva à Manguetown Revista.

O espetáculo reúne músicas e textos que dialogam com o universo da obra A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna, além de outras produções marcantes da trupe Romance de Ariano, grupo do qual Lucinha fez parte. Ao lado de Percy Marques, na viola, violão e flauta, e de seu filho João Guerra, no violoncelo, que contribuem para a delicada construção do musical, a artista retoma elementos do teatro mambembe e da tradição popular.


Uma conexão com o passado e o futuro


Lucinha Guerra em "Cantiga à Pedra do Reino”. Foto: Divulgação/ André Guerra
Lucinha Guerra em "Cantiga à Pedra do Reino”. Foto: Divulgação/ André Guerra

Lucinha descreve a montagem como uma homenagem viva ao mestre Suassuna e à essência do movimento armorial. “Ariano era um mestre generoso, um verdadeiro avatar. Ele sempre nos incentivava e nos guiava. Este espetáculo é minha forma de honrar suas lições e perpetuar sua obra para as próximas gerações”, compartilhou.


A direção de Romero de Andrade Lima também é um ponto alto da produção. “Romero esteve comigo há 27 anos, quando apresentamos A Pedra do Reino pela primeira vez. Ter ele novamente ao meu lado, recriando cenários e adaptando músicas, foi emocionante. É um encontro de almas e memórias”, disse Lucinha.


A importância do Janeiro de Grandes Espetáculos


Lucinha também destacou o papel transformador do festival na cena artística pernambucana. “O Janeiro de Grandes Espetáculos é fundamental. Ele nos oferece a chance de mostrar trabalhos como este, que têm uma conexão profunda com a nossa cultura. Precisamos de mais festivais, mais palcos, mais espaço para a arte no dia a dia da cidade”, pontuou.


Lucinha Guerra em "Cantiga à Pedra do Reino”. Foto: Divulgação/ Lucinha Guerra
Lucinha Guerra em "Cantiga à Pedra do Reino”. Foto: Divulgação/ Lucinha Guerra

O futuro do movimento armorial


Enquanto reflete sobre a relevância do movimento armorial em tempos de consumo rápido e efêmero, Lucinha acredita que espetáculos como “Cantiga à Pedra do Reino”  trazem ao público a oportunidade de desacelerar e mergulhar em narrativas poéticas e encantadoras.


Lucinha Guerra em "Cantiga à Pedra do Reino”. Foto: Divulgação/ André Guerra
Lucinha Guerra em "Cantiga à Pedra do Reino”. Foto: Divulgação/ André Guerra

“Vivemos num mundo de TikTok, tudo muito rápido. Mas essas cantigas nos levam a outro ritmo, uma contemplação que está em falta. Espero que este espetáculo tenha vida longa, que ele viaje pelo Brasil e mantenha viva a obra de Ariano e a força do movimento armorial”, finalizou.

O espetáculo Cantiga à Pedra do Reino reafirma a riqueza cultural do Nordeste, celebrando suas raízes e mostrando que, mesmo após décadas, o sonho de Ariano Suassuna continua vivo e pulsante nos palcos e no coração de artistas como Lucinha Guerra.




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