Repórteres da Manguetown Revista participam do Intercom Nordeste com estudos sobre comunicação, cultura e resistência
- Manguetown Revista
- 26 de jun.
- 3 min de leitura
Cinco integrantes da revista independente apresentam projetos acadêmicos em Fortaleza, destacando movimentos sociais, música pop, comunicação antirracista e iniciativas culturais do Recife
A Manguetown Revista marca mais uma vez presença no maior congresso de comunicação da América Latina. Em 2025, cinco repórteres do veículo independente pernambucano viajam a Fortaleza, no Ceará, para representar a publicação em diferentes frentes do Intercom Nordeste, que reúne estudantes, pesquisadores e profissionais da área.

Emanuel Gomes, repórter da revista, apresenta dois trabalhos. No primeiro, ele participa da Expocom ao lado do colega Guilherme dos Santos e Luiza Bispo, editores de Cidades e Culturas da Manguetown. Juntos, eles defendem o projeto Movimento Ocupe Estelita - 10 anos, desenvolvido durante a graduação em Jornalismo na UFPE com orientação da professora Yvana Fechine. A produção revisita uma das principais mobilizações sociais do Recife na última década, refletindo sobre cidade, memória e luta por justiça urbana.
Já no Grupo de Trabalho (GT) sobre Comunicação e Cultura Pop, Emanuel expande sua pesquisa de conclusão de curso no artigo Getúlio Abelha & Pabllo Vittar: Forró Cuier e a quebra da heteronormatividade, com orientação do professor Thiago Soares. Para ele, o espaço acadêmico oferece oportunidades reais de transformação: “É um ambiente de visibilidade, que pode abrir portas. Discutir artistas como Pabllo em um evento como o Intercom ajuda a legitimar essas presenças no São João, como aconteceu recentemente em Maceió. Isso amplia as possibilidades para artistas que vivem da música e enfrentam tantas barreiras”.
Letícia Barbosa, editora de Cinema e Teatro da Manguetown, leva ao congresso o plano de comunicação desenvolvido para o Grupo Mulher Maravilha, coletivo da Zona Norte do Recife que atua há 50 anos com arte, cultura e defesa dos direitos das mulheres. Orientado pela professora Mirella Pessoa da UFPE, o trabalho resgata a trajetória e a potência de uma das formações artísticas mais antigas da cidade.
Para Letícia, o Intercom é um espaço essencial de troca e visibilidade entre pesquisadores. “Acho que o congresso é uma vitrine para o que está acontecendo na universidade, uma forma dos pesquisadores se encontrarem, trocarem experiências e conhecimento”, afirma. Ela destaca ainda que o evento possibilita “replicar o que está sendo feito no seu estado para outros”.
A repórter Beatriz Santana apresenta no congresso o fotolivro Entre Margens, inscrito na categoria “PT 01 – Edição de Livro”. O trabalho, orientado pelo professor José Afonso Júnior, da UFPE, foi construído em parceria com outros colegas e retrata o cotidiano de moradores da Várzea, no Recife, com foco nas comunidades ribeirinhas do Campo do Caxangá e da Vila Arraes. “Apresentar esse trabalho no Intercom é uma forma de ampliar o alcance das histórias que contamos e reafirmar o afeto e a resistência presentes nesses territórios”, pontua.
Fechando o time, Luiza Bispo também apresenta um artigo no GT Comunicação Antirracista e Pensamento Afrodiaspórico. A pesquisa, construída com orientação de Luane Fernandes Costa, doutoranda do PPGCOM-UFPE, discute experiências de resistência e produção de conhecimento a partir de perspectivas negras e periféricas.
Para Guilherme dos Santos, participar do Intercom é também uma forma de devolver à sociedade aquilo que é produzido na universidade: “São trabalhos em que a gente dedica tempo e esforço. Estar aqui permite que mais pessoas conheçam essas iniciativas, fortalece nossas conexões e amplia as experiências na área da comunicação”, afirma.
A presença da Manguetown Revista no Intercom reafirma o compromisso da equipe com uma produção crítica, afetiva e comprometida com os territórios que a inspiram.
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