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“Tá Pensando que Tudo é Futebol?”: cronista Franciel Cruz apresenta livro autoral no Orora Bar, dia 15 de junho

Capital do trio de ferro do futebol pernambucano recebe livro de crônicas que aponta o jogo da bola e da vida como repletos de semelhanças

Franciel Cruz. Foto: Ana Rosa Marques/Divulgação
Franciel Cruz. Foto: Ana Rosa Marques/Divulgação

Há quem diga que futebol, política e religião não devem ser discutidos. Na contramão desse ditado, o jornalista e escritor baiano, Franciel Cruz, faz o lançamento da segunda obra literária autoral “Tá Pensando que Tudo é Futebol? - Reminências e Contradições” aqui em Recife. Dessa vez, traz como foco o futebol e algumas outras questões da vida que, podem até parecer que não, mas estão totalmente interligadas ao esporte.


Franciel ultrapassa as quatro linhas do campo e as margens do papel para apresentar a nova obra neste dia 15 de junho, no Orora Bar de Esquina, localizado na Rua da Aurora, no bairro de Santo Amaro, área Central do Recife. O evento com início marcado para às 15h da tarde é gratuito e conta com a venda de exemplares e momento de autógrafos. 


Em entrevista exclusiva para a Manguetown Revista, o autor Franciel Cruz compartilha a motivação para elaboração da obra, que promete encantar até mesmo quem não gosta de futebol, bem como a animação em apresentá-la para Recife. 


“Na verdade, tudo pra mim é futebol, porque isso [o título] não é uma pergunta retórica. Ele precisa ser visto como elemento constitutivo de nossa identidade e moderna tradição. O futebol está vinculado à nossa alma de uma forma que não temos como retirar”, iniciou Franciel. 

A indagação que virou nome do livro composto por 49 crônicas de Franciel é uma homenagem ao amigo e poeta fundador da banda Novos Baianos, Luiz Galvão, quem costumava fazer essa pergunta ao autor. O título é um primeiro exemplo das muitas intertextualidades que tornam a obra de Franciel multitemática, desvinculada de apenas retratar as tecnicidades do futebol.


Recorte da Capa do Livro "Tá Pensando que Tudo é Futebol?".
Recorte da Capa do Livro "Tá Pensando que Tudo é Futebol?".

Futebol como plano de fundo para questões humanas


Por muito tempo, como pontuado por Franciel, “ficou na tradição entender o futebol como alienação, como ópio do povo, quando, na verdade, foi o povo quem capturou o futebol”. Na Capital em que o trio de ferro, composto pelo Santa Cruz, Sport e Naútico, é o motivo da frenesi de muitos fanáticos por futebol, o entendimento de que esse esporte pode ser apropriado pelo povo e refletir na sociedade é de fácil associação. 


Dentro ou fora da crônica, Franciel sai em defesa de se discutir o futebol. “Não tem quase nada nesse livro sobre sistema tático ou composição, e mais de como as pessoas se portam diante desse fenômeno”, acrescentou o autor.


Isso porque, diante do futebol como reflexo e parte da sociedade, “temos que estar atentos para que a gente não aceite as infâmias racistas, misóginas, homofóbicas, porque nem tudo é permitido no futebol” e continua sem ser permitido após o apito do árbitro que decreta o fim da partida tocar.


Para completar o raciocínio sobre o entendimento ser uma forma de entender o Brasil, Franciel parafraseia o sociólogo Gabriel Cohn com a afirmação: “sociólogo no Brasil que não tiver os fundilhos das calças puídas pelas arquibancadas não entenderá este país”. Apesar de quase não haver mais cimentos nas arquibancadas dos estádios, Franciel segue, desde a infância, moldada pelo esporte e acreditando nessa premissa.


“Desde pequeno eu me dedicava ao fervor do futebol”


Semelhante a primeira obra do autor, intitulada “Ingresia”, “Tá Pensando que Tudo é Futebol?” também reconstitui memórias da sua infância. Enquanto o primeiro fala sobre o Sertão onde Franciel cresceu, o segundo aborda como o futebol enquanto filosofia, e até poesia, permeia a própria vivência de Franciel.


Após um primeiro rascunho da obra perdido por um arquivo digital corrompido e o trabalho de reconstituir o que já havia sido construído em quatro meses, “Tá Pensando que Tudo é Futebol?”, livro de crônicas autorais de Franciel Cruz, já está à venda de forma independente e parte para o terceiro lançamento em Recife, seguidos dos dois primeiros já realizados na Bahia.


O autor convida os pernambucanos a participarem do lançamento da obra no Orora Bar, na Rua da Aurora, no próximo dia 15 de junho, a partir das 15h, e a refletirem junto com ele sobre os descaminhos do jogo de bola e da vida enquanto resgatam a beleza da jinga e do drible característicos do futebol.


Para mais informações sobre próximas produções do autor, compra de exemplar de “Tá Pensando que Tudo é Futebol?” e o lançamento em Recife, acompanhe o perfil no Instagram de Franciel Cruz e do Orora Bar de Esquina, são, respectivamente: @francinhocruz e @ororabar.

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O Butragueño do nordeste de Amaralina! um craque da crônica brasileira contemporânea, vale!

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