18ª Semana Estadual do Patrimônio Cultural valoriza memória e identidade pernambucana
- Maddu Lima
- há 17 horas
- 3 min de leitura
Em 2025, a Semana promove atividades que aproximam a população da história, memória e expressões culturais de Pernambuco.
O evento acontece de 18 a 22 de agosto, e em sua 18ª edição, apresenta uma nova logomarca permanente e uma programação dividida em quatro segmentos: Brincar, Interpretar, Experimentar e Pensar o Patrimônio. Cada eixo reúne atividades como oficinas, debates, mostras, visitas guiadas e apresentações culturais, aproximando o público das diversas referências culturais.
Coordenada pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), a Semana Estadual do Patrimônio Cultural de Pernambuco é realizada anualmente desde 2008, com objetivo de celebrar e valorizar a diversidade cultural do estado, além de ampliar o debate sobre a importância da preservação do patrimônio cultural.

Além da programação, haverá a entrega do Plano de Salvaguarda da Ciranda, um documento que orientará ações para garantir a continuidade dessa expressão cultural fundamental para identidade pernambucana.
Descubra Patrimônios Culturais de Pernambuco
No dia 6 de agosto de 2025, o Governo de Pernambuco anunciou dez novos nomes, entre mestres, mestras e grupos, que passaram a integrar o Registro do Patrimônio Vivo do Estado (RPV-PE), totalizando 115 reconhecimentos. Hoje, Pernambuco conta com ao menos 2.149 patrimônios registrados, entre materiais, imateriais e vivos.
Muitos desses patrimônios são amplamente conhecidos, como o Frevo, Maracatu, o Cinema São Luiz, a Torre Malakoff, J. Borges e Lia de Itamaracá. No entanto, para destacar a riqueza da diversidade pernambucana, a Manguetown Revista apresenta alguns patrimônios culturais não tão difundidos, mas igualmente importantes:
Parque Nilo Coelho de Esculturas monumentais

Tombado pela Fundarpe, o Parque Nilo Coelho de Esculturas Monumentais está localizado no município de Brejo da Madre de Deus. O espaço conta com 37 peças de dois a sete metros de altura, agrupadas em nove setores temáticos. Ali, é possível encontrar figuras do cotidiano nordestino e personagens célebres como Lampião, Maria Bonita e Plínio Pacheco, além de representações ligadas à religiosidade popular. As obras foram realizadas por 50 artesãos sob a coordenação do mestre Manoel Cazé, referência na escultura em cimento. O parque é considerado um dos maiores conjuntos de arte a céu aberto do estado e funciona também como um espaço educativo e de preservação da memória cultural pernambucana.
Mestre Galo Preto

Tomaz Aquino Leão, conhecido como Mestre Galo Preto, é uma das maiores referências da música popular nordestina. Cantador, repentista, embolador e o mestre de coco mais antigo em atividade no estado, iniciou sua carreira aos 12 anos, apresentando-se na Rádio Clube de Pernambuco. Hoje, aos 90 anos, mantém-se ativo em apresentações, festivais e rodas de coco. Patrimônio Vivo desde 2011, ele é um dos guardiões da tradição oral do estado, com seu pandeiro ecoando poesia, ritmo e memória cultural. Residente em Paulista, Mestre Galo Preto é símbolo da resistência cultural e da força da ancestralidade da música popular.
Conjunto Arquitetônico de Nossa Senhora do Ó

Tombado pela Fundarpe, o Conjunto Arquitetônico de Nossa Senhora do Ó é composto pela igreja Nossa Senhora do Ó, um cemitério anexo e as casas dos romeiros. Localizado no município de Paulista, foi erguido em 1811 para substituir uma construção anterior que havia sido destruída pelo avanço do mar. Até hoje, o espaço mantém forte devoção popular, recebendo romarias e manifestações de fé, além de preservar uma parte importante parte da memória histórica e religiosa da Zona da Mata Norte de Pernambuco.
Bandas de Pífanos de Pernambuco

Reconhecidas em 2022 como patrimônio cultural imaterial do estado, as bandas de pífanos são formações musicais tradicionais que resistem ao tempo, especialmente no Agreste e no Sertão. O som é produzido por instrumentos como pífano ou pife (flauta de madeira ou taboca), zabumba, contra-surdo, tarol e pratos. Em Pernambuco, já foram mapeadas mais de 82 bandas ativas, que desempenham papel fundamental em festas religiosas, celebrações juninas, procissões e feiras populares.
Do frevo às bandas de pífanos, cada bem cultural traduz a criatividade e a resistência do povo pernambucano. Celebrar e refletir sobre eles é também um convite para que a sociedade reconheça seu papel na manutenção dessas memórias vivas, garantindo que sigam inspirando e transformando gerações futuras.
Confira a programação completa da 18ª Semana Estadual do Patrimônio Cultural de Pernambuco
Comments