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“Pagode do Didi, nosso ponto de encontro”: curta-metragem sobre o reduto do samba estreia em 31 de maio

Um espaço lembrado por pulsar resistência cultural, caráter democrático e formador ganha o telão do Cinema São Luiz


Equipe do documentário junto ao Didi do pagode. Imagem: Reprodução/Lucas Marçal
Equipe do documentário junto ao Didi do pagode. Imagem: Reprodução/Lucas Marçal

O gosto em apreciar uma roda de pagode numa sexta à noite fez um grupo de amigos se unir para transformar a experiência cultural em um documentário imersivo. Com incentivo do edital de 2023 da Lei Paulo Gustavo, o Cinema São Luiz já tem compromisso marcado para o próximo sábado (31) a partir das 16h: a exibição do curta-metragem “Pagode do Didi, nosso ponto de encontro”.


O espaço do pagode reconhecido em 2024 como Patrimônio Imaterial Cultural de Pernambuco e o senhor que dá nome ao lugar e é Patrimônio Vivo do Estado desde 2010, não possuíam uma peça audiovisual que fizessem jus às honrarias. Mais que jus aos títulos, a toda trajetória que fez do estabelecimento o reduto do samba e do território muito além de apenas a terra do frevo.


Motivados a superar essa falta, a equipe de produção insere os frequentadores e desconhecedores do estabelecimento em uma narrativa que traduz 44 anos de história de Pagode do Didi, já detalhados em uma matéria publicada anteriormente no site [leia aqui], em um documentário com 24 minutos de duração. Para conhecer a passagem que fez do esboço um filme, a Manguetown Revista entrevistou a roteirista e diretora do curta, Maysa Carolino, que fez com o curta a própria estreia na direção.



“A gente não imagina quem é que vai assistir esse filme, pode ser uma pessoa de qualquer outro lugar que não conheça o Didi, mas a gente vai ter que fazer essa pessoa entender a importância do lugar”, reforçou.

Visitas ao passado do Pagode do Didi por meio de entrevistas e experiências atuais nas rodas de samba compõem as etapas da produção, que precisou passar por um rearranjo. “A gente se preparou para gravar depois do Carnaval que seria em março, só que em março veio o ano do fechamento, então a gente teve que reestruturar tudo, inclusive a parte principal que era o roteiro, né?, compartilhou.


Diante do fechamento inesperado do espaço para regularização de alvarás, a equipe atendeu a demanda de reformular não apenas o cronograma, mas o próprio olhar sobre o documentário. O que resultou em uma surpresa boa.


“Eu senti a necessidade de ressaltar a resistência do Pagode do Didi”. A partir do destaque de Maysa, o roteiro passou a focar em como a resistência tem feito o pagode cada vez mais democrático. Quanto mais conheciam a fundo, mais chegavam a conclusão que não daria para contar a história do local sem enfatizar a luta para mantê-lo vivo.


“Didi gosta muito de conversar. Então, quando soube desse projeto, ele ficou muito feliz. A partir disso a gente foi tendo alguns momentos de ir na casa dele e conversar com a família. Didi realmente dá muito espaço para que a gente saiba da história dele, até antes de abrir o bar”, adicionou.

Entre depoimentos, imagens de arquivos e a energia das sextas-feiras no bairro de Santo Antônio, o curta destaca personagens fundamentais na construção desse legado: além de Mestre Didi, dão minutos de tela à falecida esposa, Sônia, força matriarcal por trás do bar.


Sem deixar de relembrar também figuras como Maria Pagodinho e Gerlane Gell, que representam a presença feminina nas rodas de samba e as respectivas importâncias para a manutenção do espaço como um território de diversidade e acolhimento.


Para Maysa, estrear no audiovisual com esse filme é mais que um marco pessoal, é um gesto de compromisso com a cultura popular. A história que continua sendo compartilhada, pôde contar com a criatividade e o compromisso de uma equipe que mediou uma nova forma de transmiti-la. 


Em outras palavras, o ponto de encontro, movimento coletivo, pedaço vivo da história do Recife precisava de pessoas fortemente ligadas ao local que conquistassem um público maior por mostrar, por meio da imagem unida a música, o porquê do Pagode do Didi ser tão contagiante.


A exibição no São Luiz representa o encontro simbólico entre dois espaços culturais de resistência: o cinema e o pagode de rua. Uma oportunidade para o público vivenciar o calor, o som dos pandeiros e a força de uma tradição por meio de uma roda tradicional do Pagode do Didi logo após a sessão, com shows de Maria Pagodinho, Gerlane Gell e Mell Mocidade.

Roda de pagode. Didi está no centro da imagem rodeado por outros músicos.Imagem: Frame do documentário
Roda de pagode. Imagem: Frame do documentário

Por fim, a sessão em que a Maysa está disposta a responder o “que mudou, o que também continua a mesma coisa, o que se firma e qual a principal essência do pagode do Didi” vai ser gratuita com ingressos distribuídos minutos antes da exibição que vai acontecer às 16h do dia 31 de maio, no Cinema São Luiz, localizado na área Central do Recife. Confira outras informações no Instagram do projeto audiovisual: @pagodedodidi.doc.



Ficha Técnica:


Direção e Roteiro

Maysa Carolino


Assistente de Direção 

Luly


Produtora Executiva 

Jota Carmo

Ivan Adriano


Assistente de Produção Executiva 

Fransoar


Direção de Produção 

Ivan Adriano


Assistente de Produção 

Sofia Vaz


Consultora de Produção Mannu Costa


Consultora de Montagem

Natara Ney


Diretor de Fotografia 

Lucas Marçal


Assistente de Fotografia 

Luana Mononoke


Operadora de Câmera 

Corina Santiago


Logger 

July B.


Logger 

Antônio Santos 


Still e Making Of

Ivana Milka


Assistente de Making of 

Clara Sol


Diretor de Som 

Nico


Assistente de Som 

Pietro Lírio


Técnico de som 

Caravela


Elenco

Didi do Pagode

Rico

Vera 

Carlinhos

Maria Pagodinho

Gerlane Gell

Wellington do Pandeiro

Mell Mocidade

China da Viola

Teresa Cristina

Duda Sambista

Chico do Cavaco


Montagem

Williane Ferreira


Assistente de Montagem

Antônio Santos 


Edição de Som e Mixagem

Nico

Pietro Lírio


Cor e Finalização

Vinícius Cursino

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