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Poetisa e declamadora Dayane Rocha lança livro “Virada num mói de Cuento”

Atualizado: 28 de jul.

Primeira obra registrada da artista traz temas voltados para o feminismo, política e saudade

Poetisa e declamadora Dayane Rocha - Foto: Devyd Santos
Poetisa e declamadora Dayane Rocha - Foto: Devyd Santos

Você com certeza conhece alguém que é “virado num mói de coentro”, correto? Que não para quieto no lugar, não tem sossego, é elétrico e agitado. Esses sentimentos se condensam ao longo das mais de 170 páginas do primeiro livro da poetisa e declamadora Dayane Rocha. “Virada num mói de Cuento” será lançado no dia 19 de julho, na comunidade Brejinho de Tabira, localizada no Sertão do Pajeú pernambucano, a partir das 20h.


No evento, além do lançamento do livro, também estarão expostos para venda uma série de produtos atrelados à estética e temática da publicação, como porcelanas, lenços, cangas e saia, além de peças de barro produzidas em parceria com a Associação Mulheres de Barro de Santa Terezinha e as almofadas produzidas por mulheres de Brejinho de Tabira.


Após o lançamento, o livro estará disponível para venda no site https://www.poetisadayanerocha.com.br/, que também manterá atualizada a biografia da artista e sua agenda de eventos, além de venda dos produtos derivados da obra.


“Sou neta de Biu Bitu/ Que foi grande Sanfoneiro/ E no Pajeú inteiro/ Tocou com seu fole cru/ Vô ensinou que tabu/ foi feito para quebrar/ vivo a improvisar/ o meu pranto e meus louvores/ "Sou do Pajeú das flores/ Tenho razão de cantar".

Livro “Virada num mói de Cuento”

 Capa do livro “Virada num mói de Cuento”
 Capa do livro “Virada num mói de Cuento”
“O nome também surge da forma como conquistei meu espaço através de muita luta como mulher. Embora nascida no Pajeú mas não sendo de uma família tradicional de poetas, ainda levei certo tempo até que fosse aceita ali no meio. Tudo isso está em síntese no título”, descreve.

Mesmo sendo este o seu primeiro livro, a poesia sempre esteve presente na vida de Dayane Rocha. Por meio das redes sociais, surgiram convites para mesa de glosas - tipo poético até então majoritariamente masculino. Foi assim que a artista conheceu a poetiza Severina Branca, que mais tarde inspirou o tema do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de Dayane.


Em seu livro, a escritora fez uma revisita e homenagem aos outros poetas e poetisas que também a inspiraram como: Nita Catota, Rafaelsinha, Luzia Batista, Carmen Pedrosa,  Elenilda Amaral, Francisca Araújo, Erivoneide Amaral, Milena Augusto, Thaynara Queiroz, Dedé Monteiro, Lucas Rafael, entre tantos outros gênios. Além disso, a Dayane passeia pelas mais variadas modalidades de escrita, como viola, cestilha, martelo alagoano ou o decacílabo, galope a beira mar, dentre outros.


”Há ainda, de um modo mais cartesiano, a trova ou o soneto, e pelos variados temas também, como Sertão, saudade, maternidade, erotismo na minha linguagem feminina. Ele surge também com a minha vontade de externalizar os meus sentimentos de uma forma metrificada”, reflete a autora. 

Desafios da escritora do Sertão do Pajeú


Segundo a artista, a maior dificuldade para escrever o livro foi selecionar as poesias, já que possui 12 anos de atuação. Ela também reconhece o papel da mesa de glosas como uma grande escola para as poetisas do Pajeú. Não à toa, graças a isso, Dayane e mais artistas viajam pelo Brasil com o “Mulheres de Repente”, levando esse estilo único de poesia do Pajeú, aos quatro cantos do país. 


Apesar de certa resistência por ser um ambiente majoritariamente masculino, Dayane vem desbravando e ocupando esse espaço: 


“Conquistar o lugar da mulher na mesa não é fácil, porque a gente percebe, às vezes, aquele olhar de alguns poetas que estão na mesa e alguns homens que estão na plateia… a gente sente aquele peso no olhar… Às vezes eu vejo a participação da gente apenas como uma cota, apesar de que isso foi mudando e a gente vai moldando aos poucos”, reflete. 

Do desafio nas primeiras mesas de glosas aos desafios da contemporaneidade, passando pela maternidade do pequeno Ian Davi, Dayane chega ao lançamento de “Virada num mói de Cuento” celebrando os percursos da sua trajetória:


“Seja com as poesias que participei nas mesas, com temas políticos, seja nas poesias que fiz quando estava com sentimentos de tristeza, de angústia, de saudade, de alegria… o livro é esse misto de força e energia, virado no moi de cuento, igual a mim”, finaliza com largo sorriso.

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