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Retrospectiva Cidades e Culturas: a ancestralidade no corpo e as ruas na alma

Das prévias carnavalescas até saudações a agremiações, a tradição marcou a Manguetown Revista em 2025


Imagem: Zé Gabriel Lima
Imagem: Zé Gabriel Lima

Ao longo de todo o ano, a Manguetown Revista contou a história de Pernambuco de uma forma única - com foco na memória, na diversidade e na cultura popular. Em reportagens e coberturas especiais, foi possível conhecer territórios, pessoas e histórias que demonstram cotidianamente a potência do estado. 


Neste ano, dois grandes eixos guiaram a forma de se contar a editoria: a resistência da tradição e o protagonismo popular. 


Por falar em tradição, nada mais justo do que começar essa retrospectiva falando dos 35 anos do Maracatu Nação Pernambuco. Em reportagem especial, a Manguetown Revista contou um pouco da história do grupo a partir da conexão entre passado, presente e futuro. Fundado em dezembro de 1989, desceu as ladeiras de Olinda pela primeira vez em fevereiro de 1990 e, desde então, marca diversas gerações ao longo de sua existência. 


"Quando o tambor toca, o coração responde. Essa conexão entre ritmo e alma faz com que cada desfile seja uma celebração única", afirma Bernardino José, fundador do Maracatu Nação Pernambuco, em entrevista à Manguetown Revista.


Maracatu Nação Pernambuco. Imagem: André Martins
Maracatu Nação Pernambuco. Imagem: André Martins

Neste ano, outras manifestações culturais também ganharam espaço nas pautas da Manguetown. Através das veias pulsantes da cultura, heranças como o coco de roda, o samba e o cavalo-marinho seguem resistindo por meio de grupos que reforçam suas raízes e se renovam a cada dia.


Falando em raízes…


A Manguetown trouxe, também em reportagem especial, a importância da Jurema Sagrada, religião afro-indígena originária do Nordeste, e a sua relação com os Caboclinhos de Pernambuco. A Jurema é uma expressão cultural popular ligada à religiosidade, tomando seu papel de relevância para discutir o combate ao preconceito e a preservação de práticas ancestrais.  


Além dessas expressões artísticas, o ano foi marcado por diversas mostras, festivais e exposições que tiveram a ancestralidade como ponto de partida. O Festival Aláfia, a Terça Negra, a Exposição Cidade das Mestras, o Baile do Macumbeiro, o Festival Boca do Rio e tantos outros que protagonizaram as histórias que construímos esse ano. 


E no mês de julho foi a vez do Festival Água Doce, que levou cultura afro-brasileira, música e solidariedade ao Sítio Trindade, no bairro de Casa Amarela, Recife. Sob a curadoria do Afoxé Oxum Pandá, além do Mulucum Produções e apoio de instituições como a Secretaria de Cultura do Recife, a programação dessa edição contou com apresentações da sambista Karynna Spinelli, anfitriã do evento, além de Riáh, Caetana, Gabriela Sampaio, a Bateria Preto Velho, a Orquestra Iorubás de Pernambuco e o próprio Afoxé Oxum Pandá.


Festival Água Doce. Imagem: Paloma Lima
Festival Água Doce. Imagem: Paloma Lima

2025 também deixa deixa seu legado contado por diversas frentes de movimento popular ao longo dos doze meses. Em janeiro, a  14º edição da Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE) trouxe para Pernambuco, após 12 anos, mostras artísticas em diversas áreas do conhecimento produzidas por estudantes de todo o Brasil. 


Essa presença juvenil também se fortaleceu com a Caravana do Futuro que, por meio de um caminhão 100% elétrico, percorreu o Brasil promovendo diálogos sobre justiça climática e transição energética.


Imagem: Manuela Cavadas
Imagem: Manuela Cavadas

No campo das artes visuais, a 1ª edição do Salão de Fotografia do Recife reuniu trabalhos que olharam  para  a inclusão e a representatividade na cena pernambucana, destacando a presença de mulheres, pessoas negras e LGBTQIAPN+ entre os escolhidos. Nas ruas, novas iniciativas atravessaram os territórios e promoveram o respeito à diversidade. A campanha “Mais hip-hop, menos violência contra a mulher” foi uma delas.


Promovida pela Frente Nacional de Mulheres no Hip-Hop em Pernambuco (FNMH2PE), a ação mobilizou diversas organizações no combate à violência de gênero e destacou o  papel educativo, político e comunitário do hip-hop, reforçando o compromisso com a criação de um cenário mais inclusivo e seguro.


Além disso, outros projetos já retratados na Manguetown anteriormente também passaram por renovações, o Duelo de MCs foi um deles. Em 2024, a revista teve a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o mundo do evento. Este ano, o circuito de seletivas em Pernambuco contou com Batalha de Rimas da Diversidade pela primeira vez. No cenário, as mulheres e a comunidade LGBTQIAPN+ reivindicarama equidade como forma de proteção e protagonismo. 


2025 mostrou que Pernambuco segue produzindo, narrando e reinventando histórias de diferentes cenários. E 2026 começa com essa energia: abrindo espaço para novos horizontes e mostrando que a força cultural do Estado está nas mãos de quem vive o território. 


Confira nossa retrospectiva em nosso perfil oficial e acompanhe esses e outros conteúdos da Manguetown Revista.


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